GUARDA MUNICIPAL ASSOCIE-SE

GUARDA MUNICIPAL ASSOCIE-SE
CLIQUE E ACESSE A FICHA DE INSCRIÇÃO

Seguidores

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Bela visão do Cego

Por Oséias Francisco da Silva

I

No fechar dos olhos os horizontes se ampliam; desencarcerada é a fantasia e prolongados são os passos,  derrubados são ás fronteiras, os obstáculos e as barreiras.
Pontes são erguidas para unir os pontos mais distantes, o impossível se torna possível, e Laços são criados.

II

No fechar dos olhos o olho da alma enxerga mais
As diferenças, os conceitos e pré-conceito caem por terra.
Somos todos iguais
Os valores são as virtudes que enaltece a humanidade

III

O belo tem como configuração a virtude, e quanto mais virtuoso mais belo é o ser humano, onde a mãe de toda virtude é o amor.
Quando temos amor, há uma fusão harmoniosa dos olhares do corpo e o do espírito, como o arco e a lira.

IV

A criança quando nasce não tem os conceitos e pré-conceitos que corrompem a visão da alma.
À proporção que cresce, vários olhos são agregados sufocando o olho original, onde é prejudicada a visão do espírito.

V

O primeiro olho acrescentado é o da mãe e do pai, dos irmãos, olho familiar. Com esse novo olho a criança vai visualizar o mundo dentro de uma óptica familiar, não como o mundo lhe aparece tal qual é.

VI

Depois é acrescentado a esse, os olhares dos parentes e amigos, que lhe trás outra forma de ver o mundo. Logo após o olho da escola é agregado com a pretensão de sobrepor os demais, pois ele, é instrumento do sistema político reinante, e tem o objetivo de encaixar as pessoas no sistema.

VII

Depois os olhos da mídia lhe são acrescentados na tentativa de segregar os demais, e implantar outra visão de mundo ao pequeno expectante, pois esse olho é instrumento poderoso do sistema neocapitalista, e sua missão é transformar o expectador num dependente consumista compulsivo.

VIII

E ainda são acrescidos ao jovenzinho os olhares da religião, este, promete uma nova visão, um novo mundo e uma nova vida em detrimento das demais.
Também são agregados os olhares da literatura das mais variáveis espécies possíveis, cada um, com uma proposta de oferecer uma melhor visão de mundo.

IX

Desta forma vai crescendo o infante cheio de olhares que não são seus, e alem disso já sufocou seu olho original, e lhe condicionou a olhar o mundo dentro das perspectivas dos outros. O ser humano está cego em meio de tantos olhos

X

Os valores e o valor, a importância, as prioridades, os objetivos, os conceitos e preconceitos, os comportamentos, em fim, um autômato, onde o controle remoto está sempre nas mãos alheias.

XII

Para isso deve ter a coragem do rei Édipo, que após descobrir a realidade de sua situação preferiu ferir seus olhos, tirando assim a visão para não enxergar sua vida desgraçada. Da mesma forma deve ter a coragem de cegar cada um dos olhos que foram implantados em si, e que sufocou o olho original corrompendo todo o corpo.

XII

O processo é dolorido e martirizaste por que só dessa maneira é possível a restauração da vista, fazendo ressurgir mesmo que das cinzas, o olho do espírito.
Infelizmente a maioria das pessoas vai preferir perder sua visão a perder as outras.

XIII

Elas se satisfazem em ver tudo com os olhos dos outros, e aceitar passivamente em viver num mundo de valores, na maioria das vezes distorcido, construído por terceiros. Sentem prazer em olhar o mundo com os olhares alheios, mesmo que no ato da adesão desses olhos o preço é perder a sua visão.

XIV

Quem descobre que é manipulado e permanece sendo, é porque esse estado lhe é compensador, e é preferível desfrutá-lo a perdê-lo, e todo manipulado cônscio é também um manipulador em ato ou em potencial.

XV

Depois da escuridão o sol voltará a brilhar. Da mesma forma após a cegueira, o olho do espírito emergirá com a força do sol ao meio dia.

XVI
Quem teve ou está tendo a coragem de ferir com brasas incandescentes seus olhos descobriu que esses olhos, não eram seus, mas dos outros apesar de está incrustado no olho original, e que no inicio das perfurações sentiu fortes dores, mas depois surgiu um grande prazer emergido da alma. Esse estado se assemelha ao despertar de um sono repleto de pesadelo e ilusões, o prazer é a certeza que o pesadelo acabou, e que era tudo ilusão.

XVII

O verdadeiro cego é aquele que ainda não enxergou seu estado de cegueira.
Só aquele que olha o mundo com o olho do espírito é capaz de ver o real, pois os outros olhares só ver a superfície das coisas.
Google Analytics Alternative