A Câmara de Dirigentes Lojistas de Coruripe realiza na próxima segunda-feira, 20, uma passeata pela paz que percorrerá as ruas da cidade para chamar atenção do poder público sobre o aumento no número dos crimes praticados na cidade. Conforme informações da CDL, em menos de três meses foram registrados assaltos a estabelecimentos comerciais, pessoas e igrejas; assassinatos e sequestros.
Para a presidente da CDL, Maria Pastora de Souza, o ponto culminante foi a morte do jovem Anderson Amaro da Silva, 20 anos, morto a tiros quando voltava para sua residência acompanhado do tio e uma prima. Conforme informações repassadas ao Alagoas24Horas, dois homens armados anunciaram o assalto e no momento em que o jovem retirava o aparelho celular do bolso para entregar aos assaltantes, foi alvejado.
Na última segunda-feira, 13, quatro homens armados invadiram uma loja no Centro da cidade, renderam proprietária, quatro funcionários e uma cliente, e levaram roupas, pratas, e outros itens da loja. Além disso, estão sendo cobradas providências acerca dos sequestros de adolescentes, como o que terminou com a morte das irmãs Beatriz e Samara, que chocou a população alagoana.
“A situação está crítica na cidade de Coruripe e a população está apavorada com a violência”, afirmou o prefeito do município, Marx Beltrão. O prefeito, que apóia a população na manifestação contra a violência e em favor da paz, acredita que parte dos problemas seria evitado se houvesse aumento no efetivo policial da cidade.
Efetivo
De acordo com Beltrão, Coruripe possui hoje 54 mil habitantes, e 27 povoados, alguns deles com população maior que muitas cidades alagoanas. Em contrapartida, existem apenas seis policiais civis lotados na Delegacia e 25 militares, responsáveis pelo policiamento ostensivo. Na prática, existem dois ou três agentes da PC atuando diariamente e aproximadamente 12 PMs fazendo a cobertura do maior município em extensão territorial do Estado.
O prefeito lembra que no ano 2000 durante seu primeiro mandato como prefeito, Coruripe possuía um efetivo de 80 militares e 30 policiais civis. “Em 11 anos a população cresceu, o comércio cresceu e o efetivo reduziu. Nossa proposta desde o Governo anterior a este era oferecer condições estruturais às polícias em troca do aumento do efetivo policial, mas até o momento não houve concretização da negociação”, argumentou Beltrão.
A última proposta encaminhada à Secretaria de Defesa Social ocorreu há cerca de um ano e meio, com a presença do juiz da comarca de Coruripe, representante do Poder Legislativo Municipal e o promotor da cidade. Na oportunidade o prefeito teria oferecido ao então secretário Paulo Rubim um terreno da prefeitura para construção de uma unidade policial, 50% do valor do orçamento da obra, uma viatura e quatro motocicletas para policiamento. “A única contrapartida era o aumento do efetivo policial de 50 militares e 14 civis”, afirmou o prefeito.
“Enquanto essa questão não é revista a sociedade está apavorada com o número de assaltos a mão armada, assassinatos e sequestros de adolescentes. Não há registros de prisões e a sociedade cobra respostas. Coruripe não tem segurança, e posso até afirmar que os municípios da Região Sul estão na mesma situação”, desabafou o gestor público.
Projeto
A prefeitura também possui um projeto de criação de uma Guarda Municipal para atuar em conjunto com as polícias. A ideia é que a Guarda seja treinada pela PM para atuar nas ruas em apoio às guarnições e não apenas fazendo a segurança dos prédios públicos.
No entanto, a viabilidade do projeto vai depender de um entendimento com a atual gestão da Secretaria de Defesa Social, que ainda não ocorreu.
A passeata está marcada para as 10h da próxima segunda-feira.
Fonte: Conexão Penedo
