Na edição do dia 07 de junho, O Norte publicou uma reportagem sobre as condições de trabalho da Guarda Municipal onde um agente, por segurança, preferiu o anonimato, reclamou das precárias condições de trabalho enfrentadas pela categoria. Segundo o agente, a categoria cobra da administração um plano de carreira, que foi promessa da campanha eleitoral do prefeito, mas que, passados dois anos de governo, ainda não foi cumprida, e a implantação de um código de ética eficiente, corregedoria e um órgão de controle interno.
Arquivo
O agente disse, ainda, que a guarda municipal foi contemplada, em 2008, com três veículos, sendo uma van e duas viaturas, e que uma das viaturas foi envolvida em um acidente em julho de 2009, e até então o veículo não havia consertar sido consertado.
Ainda na reportagem, O Norte conversou com o secretário municipal de Defesa Social, coronel Orlando Walter Andrade Camargo, que disse que os guardas têm uma associação e todas as questões pertinentes à categoria são tratadas com esta entidade. Segundo o coronel, inclusive já aconteceu uma primeira reunião com o prefeito onde foram apresentadas estas reivindicações.
Em nota, o Sindicato dos Servidores Municipais confirma que a Guarda Municipal de Montes Claros, diferentemente dos anos anteriores, está participando ativamente do processo de negociação da data-base dos servidores da prefeitura, inclusive com atuação direta, junto com o Sindicato, na formulação das propostas encaminhadas ao Executivo.
Ainda na nota, o presidente da Comissão de Negociação, Waldemar Saterno Miranda, diz que o sindicato reconhece os problemas vividos pelos guardas municipais e tem lutado para melhorar suas condições de trabalho.
- O sindicato e a categoria têm se reunido constantemente para discutir essas questões. Acreditamos que a adesão dos guardas municipais ao sindicato e sua participação ativa na negociação da data-base deste ano explicam esses ataques à entidade. Tem gente que percebeu que a situação dos guardas vai melhorar, porque agora eles estão trabalhando junto com o sindicato - disse o representante dos servidores da prefeitura, se referindo às reclamações feitas pelo agente da Guarda Municipal a O Norte.
O presidente da Comissão informou que o Executivo tem até o próximo dia 21 para responder às reivindicações formuladas pelo sindicato em conjunto com todos os grupos de servidores da prefeitura. Nesse dia o funcionalismo se reunirá para tomar uma posição
PLANO DE CARREIRA
Na reportagem anterior, em relação ao plano de carreira, o secretário Cel. Orlando afirmou que existe um esforço para que seja encaminhado à secretaria de Administração projeto que já está em fase de estudo na Procuradoria Jurídica municipal. Em relação ao Código de Ética, o secretário informou que os guardas municipais têm um regimento interno bastante incisivo em suas obrigações e lembra que o município já possui uma Corregedoria que recebe as reclamações dos servidores em geral e que estas reclamações também estão em fase de análise.
Cel. Orlando afirmou que em relação aos veículos, o serviço não sofreu alteração e que brevemente estão em condições de uso. Quanto ao ponto de apoio, a secretaria já está em conversa com a administração sobre a possibilidade de se encontrar um local para que possa ser utilizado pelos guardas municipais.
PERSEGUIÇÕES
Depois da publicação da reportagem, O Norte recebeu um email do agente José Domingos Pereira da Silva, que na reportagem anterior preferiu não se identificar, mas que, diante de retaliações sofridas pela categoria, a seguir:
- Samuel, a reportagem sobre a Guarda Municipal da última terça-feira foi muito boa, pois o relato foi autêntico e verdadeiro, entretanto as retaliações já começaram. Inicialmente, pegaram um dos nossos colegas para bode-expiatório; o colega em questão tem uma ficha funcional impecável e vida egressa exemplar, portanto, não sei por qual razão assim fizeram. Estão podando nosso direito à livre expressão e, sobretudo usando do cargo político comissionado para perseguir funcionários concursados de carreira. Não podemos aceitar calados que estas coisas continuem acontecendo. Estamos impedidos de trabalhar, não estamos fazendo nem 10% daquilo que deveríamos fazer. Ora, por falta de logística, outras vezes por falta de bom senso de quem pode decidir.
José Domingos Pereira da Silva
Fonte: O Norte de Minas
