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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Manifesto de Indignação em razão da morte do casal de ativista no Pará

Por Oséias Francisco da Silva*

Desde o anuncio da morte do casal de ativista no Estado do Pará, José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, a mando de latifundiário e de donos de madeireira, em 25/05/11, diariamente sou assaltado por reflexões sobre o espírito de solidariedade do povo brasileiro. Assistimos nos últimos tempos e atualmente todo tipo de marcha: da maconha, dos LGBT, dos contras algumas demandas dos LGBT, os evangélicos entre outras tantas. Não presenciei nem foi veiculado na imprensa alguma marcha que expressasse a indignação pela morte dessa família que empenharam suas vidas a serviço das florestas, da preservação e conservação das matas, rios, natureza, da vida, a qual todos precisamos. Também o Brasil assistiu o desfecho da novela encenada pelo Supremo Tribunal Federal, instância decisória mais alta, sobre algumas demandas do movimento LGBT. Quero deixar bem claro que não sou contra nenhuma das marchas acima destacadas, também não sou contra as reivindicações de movimentos sociais, acredito serem legítimas. O objeto de minha indignação é a frieza, a falta de solidariedade, a antipatia do povo brasileiro com o sofrimento e mortes alheias. Cada qual olha para seu umbigo, para as suas demandas, seus direitos, o outro que é covardemente assassinado, agravado pela omissão do Estado, que sabia das ameaças e da morte anunciada, e nada fez, é apenas o outro, o não-eu. Esse Estado que protege os interesses e os interessados em morte desse tipo, a final de contas, muitos dos que estão lá, foram e são patrocinados... Essa morte não é um caso em particular, mas representa tantas outras e resgata, por exemplo, Chico Mendes, outros ícone da luta. Mas, às vezes, é mais fácil eleger algumas bandeiras e lutar, mobilizar, marchar, chamar a atenção da imprensa, pressionar o judiciário... A bandeira do casal, do Chico Mendes e de outros e outras tantas, é uma bandeira difícil, pesada, comprometedora, por que coloca as mãos num campo minado, nos interesses de uma pseudo elite perversa, assassina, e de um Estado que sustenta e pereniza esses interesses. É uma bandeira demasiadamente pesada para os egoístas, para quem vê apenas seu umbigo, e nada mais que isso. Será que essa não é uma demanda legítima e real, justa e necessária para unir todos os movimentos sociais numa grande marcha à Brasília para reivindicar um basta aos assassinatos e prisão aos culpados? Reivindicar do Supremo Tribunal Federal um posicionamento efetivo sobre essas injustiças? O STF também tem outras demandas, mais leves, que não incomodam tantos os interesses das pessoas envolvidas, por isso, ficará inerte, impotente diante desse fato. Somos todos egoístas, e enquanto não houver uma superação desse estado, fortaleceremos o individualismo, segregamos a sociedade, e nunca seremos grandes.
É UM DESABAFO DE ALGUÉM INDIGNADO!


Oséias Francisco da Silva é Filósofo, Especialista em Segurança Pública e Guarda Municipal em São Bernardo do Campo.
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