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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Prédios abandonados geram insegurança e desvalorizam região

Um bairro de Piracicaba considerado bom pelo morador devido às facilidades que proporciona. A casa está localizada na região da Avenida Independência, uma das mais importantes da cidade. Motivo de felicidade e tranquilidade? "Estou procurando outro lugar para morar faz tempo."

A resposta negativa do metalúrgico aposentado Odair Geraldo Berno, de 55 anos, aponta para um antigo problema visto pelas ruas de Piracicaba: os prédios abandonados. O EP Piracicaba percorreu alguns pontos do município e encontrou várias construções inacabadas, que invariavelmente se tornaram pontos de usuários de drogas.
Berno mora com a família há 10 anos ao lado da maior construção abandonada da cidade, na Rua Gomes Carneiro, via paralela à Avenida Independência. "Deve ter de 20 a 30 pessoas que moram nesse prédio. É muito perigoso", diz o aposentado.

Ele contou que já ligou e fez várias reclamações à prefeitura sobre o problema. Um alambrado foi colocado para impedir a entrada das pessoas, mas o local foi facilmente violado (foto).

De acordo com Marcelo Mozzilli, membro da delegacia do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Piracicaba, seis grandes construtoras faliram na cidade nos últimos 10 anos. Mozzilli conta que só o fato de um prédio ser construído ao lado de uma casa já é motivo para desvalorização do imóvel. "Aumenta o fluxo de pessoas que passam no local, perde-se a privacidade e o sol é encoberto pelo prédio também."
Quando o imóvel está na região de um prédio abandonado, a desvalorização é ainda maior. "A casa desvaloriza de 15% a 20% em um local desses. O pior não é nem a desvalorização, porque o dono pode até abaixar o preço para conseguir vendê-la, mas o problema maior é a demora pela venda", comenta.

O capitão da Guarda Civil, Silas Romualdo, afirma que a incidência de furtos nas regiões dos prédios abandonados é maior. "Essas pessoas que ficam nesses locais ficam sem ter o que comer e furtam para se alimentar e comprar outras coisas", diz. Romulado conta ainda que as viaturas da GM e da Polícia Miliatr realizam rondas periódicas nas regiões.

A Secretaria de Obras de Piracicaba (Semob) informou que após a liberação do alvará há dificuldade em controlar as obras que prosseguem e as que são interrompidas "O que nós podemos fazer, no caso de constatada a obra abandonada, é pedir para o proprietário colocar barreiras para que não entrem no local", explica o diretor do Departamento de Controle e Fiscalização, Luis Antônio Pereira Santos. O servidor público conta que não é previsto na lei dos alvarás que os responsáveis pela obra sejam multados em caso de abandono. Ainda segundo ele, não há um levantamento exato de quantos prédios abandonados existem em Piracicaba.
O presidente da Câmara Municipal, João Manoel dos Santos (PTB), diz que já realizou três reuniões no Legislativo para debater e buscar soluções para o problema. "Essa é uma questão muito complexa. A maioria desses prédios está abandonada porque as construtoras que realizavam as obras faliram. Assim, esses esqueletos de concreto ficam aos cuidados da Justiça", explica o vereador.
 Preocupação

A região da Independência conta também com outra edificação inacabada e o mesmo problema é visto na rua Florentino Guerino Lafratta. "Dá muito medo passar por um lugar desses. Tem essa grade na frente, mas você vê que o pessoal quebrou faz tempo. Eles ficam usando drogas no local", diz a empregada doméstica Júlia de Mattos, de 34 anos, que tem que caminhar pelo local todos os dias para trabalhar.

O vereador Carlos Gomes da Silva (PP) é autor de um projeto de lei complementar, de 2010, que pede a regularização dos imóveis abandonados na cidade. A matéria ainda propõe que proprietários dos imóveis inacabados sejam multados pela falta de cuidados com as propriedades. O projeto, entretanto, não foi aprovado.
Enquanto isso, continuam as reclamações das pessoas que precisam caminhar e conviver diariamente com os prédios abandonados no município. "Eu fui assaltado perto de um prédio abandonado. Sabe o que eu vi depois? O rapaz que levou o meu celular estava indo para dentro do local", conta um jovem que não quis se identificar.
Fonte:
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