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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Juiz sofre ameaça de morte em Manaus

Uma ameaça de morte contra o juiz titular da 2ª Vara Especializada em Combate ao Uso e Tráfico de Entorpecentes (Vecute), Mauro Antony, identificada nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (21), fez com que ele tivesse a rotina alterada e a segurança pessoal reforçada.
A informação era de que ele sofreria um atentado quando estivesse chegando ao fórum Henoch Reis, onde trabalha. Há pelo menos três anos esse tipo de situação faz parte da vida do magistrado. Ele é um dos quatro juízes ameaçados no Amazonas, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O anúncio de atentado foi feito diretamente ao coordenador do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), major Santarém, que comunicou o fato ao Comandante Geral da Polícia Militar, coronel Almir David. Este, por sua vez, informou o delegado geral da Polícia Civil, Mário César Nunes, e o próprio juiz.
O juiz disse que estava na academia, por volta das 7h, quando recebeu a informação de que um telefonema anônimo anunciou que ele seria morto naquela manhã, no Fórum.
Por precaução e seguindo orientações da polícia, o magistrado preferiu não ir trabalhar, mas fez questão de ressaltar que não teme ameaças e que vai continuar atuando da mesma maneira. Antony disse não saber de quem partiu a ameaça e que a polícia já está trabalhando no caso.
Ele teve a segurança reforçada e deverá voltar ao trabalho somente amanhã. O comandante da PM também reforçou a segurança do Fórum Henoch Reis com um efetivo de 16 homens, sendo oito deles da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam).
“Nós não podemos menosprezar esse tipo de ameaça, mas não vamos nos intimidar.  Nosso trabalho continua”, disse Almir Davi.
Nesta segunda (21), a policia já estava trabalhando no caso para identificar a origem do telefonema e quem teria o interesse de matar o magistrado.
Uma das hipóteses é a possibilidade de que as ameaças tenham como objetivo tirar o foco dos verdadeiros alvos, voltando todas as atenções para o titular da 3ª Vecute.
Segundo investigações da Policia Civil e da Secretaria de Inteligência da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), outros nomes estariam marcados para morrer.
Entre eles estão: o delegado geral adjunto, Antônio Chicre Neto; o promotor de justiça, Alberto Nascimento Júnior; o secretário de inteligência da SSP, Thomaz de Vasconcelos Dias; e o delegado titular da Delegacia Especializada de Prevenção e Repressão a Entorpecentes (Depre), José Divanilson Cavalcanti. As ameaças teriam sido motivadas pelas prisões de traficantes e seus auxiliares, ocorridas nos últimos meses.
Thomaz é o responsável pelo trabalho de inteligência na produção provas; Chicre Neto é o coordenador das investigações e das operações. Divanilson Cavalcanti prendeu uma organização criminosa que que abastecia as bocas-de-fumo da cidade com maconha prensada; e o promotor Alberto Nascimento é quem dá parecer aos pedidos de prisão decretados pelo juiz Mauro Antony.
A polícia já tem informações de que as ameaças partem dos presídios onde estão os chefes do tráfico.
    
Trabalho eficaz gerou ameaças
Nesta segunda, o secretário de Segurança Pública, Paulo Roberto Vital, disse que tomou conhecimento da ameaça feita ao juiz Mauro Antony pelo 190 do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops). “Eles (os bandidos) estão incomodados com as ações da polícia contra o crime”, disse.
Ele ressaltou que já estão sendo tomadas providências e que o Estado possui recursos e meios para fazer investigações que possam identificar os autores das ameaças.
Segundo Vital, o trabalho da polícia vem surtindo efeito e não vai parar. Exemplo disso são as ações desenvolvidas pelo  tenente da Polícia Militar Gustavo Lehnemann, que comanda a 4ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), no bairro Mauazinho, Zona Leste. O PM de 22 anos está com a cabeça a prêmio por traficantes que ele colocou na cadeia. O valor oferecido é de R$ 40 mil.
De acordo com Vital, a segurança do juiz Mauro Antony já foi reforçada e ele pode contar com a segurança do Estado. “Não podemos dizer se os ameaçadores poderão ou não cumprir suas ameaças, por isso estamos investigando”, disse o secretário.
  
Associação reconhece intimidação
O juiz Mauro Antony foi quem decretou a prisão de pessoas acusadas de pertencer a uma organização criminosa que seria comandada pelo ex-deputado estadual Wallace Souza, falecido em 2010. Como consequência, ele e a família vivem há dois anos sob escolta de policiais militares.
O presidente da Associação Amazonense dos Magistrados (Amazom), o desembargdor Aristóteles Thury Filho, disse que as ameaças aos juízes e promotores partem de pessoas que não consegue entender que essas autoridades trabalham para garantir a segurança da sociedade.
“São ameaças veladas que a gente vão sabe de onde vem, mas que não podem ser desprezadas. Tem que ser investigadas”, disse Thury.
O desembargador lamentou que existam magistrados vivendo nessa situação, sob ameaças. Segundo ele existem muitos nessa condição.
Para Thury, o juiz Mauro Antony faz um trabalho de extrema importância que é combatendo a ação de organizações criminosas envolvidas com o tráfico de droga. “Eu só tenho a parabenizá-lo pela coragem e por não se deixar intimidar por essas ameaças”, disse.
  
Atuação
Além de ter atuado no caso Wallace, o juiz Mauro Antony também foi responsável, este ano, pelo processo onde os PMs André Luiz Castilho Campos, Wesley Souza dos Santos, Rosivaldo de Souza Pereira, Marcos Teixeira de Lima, Wilson Cunha, Alexandre Souza Santos e o cabo Janderson Bezerra, acusados de terem atirado contra um adolescente de 15 anos de idade.
O militares estão presos na Companhia de Guarda da Polícia Militar no bairro Monte das Oliveiras. Ele também decretou a prisão de PMs envolvidos com o tráfico de droga, presos na operação Corsário, em Manacapuru.
    
Fonte:acritica.com
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