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domingo, 27 de dezembro de 2009

Aluno denuncia maus-tratos

O fato teria ocorrido durante treinamento dos alunos que irão entrar para a Guarda Municipal do Município do Eusébio

O delegado Jaelan Alves, titular da Delegacia Metropolitana de Eusébio (DME), instaurou Inquérito policial (IP) para apurar possíveis abusos de autoridade cometidos pelo comandante da Guarda Municipal (GM) daquele Município, sargento Hildemar Fernandes Rolim. A investigação foi iniciada após a denúncia de que um aluno do Curso de Formação de Guardas Municipais passou mal devido ao excesso de exercícios físicos e, em seguida, foi enterrado em um buraco, ficando somente com a cabeça do lado de fora.

Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O.) registrado pelo aluno, o fato ocorreu no início do mês de novembro durante uma bateria de exercícios físicos que fazem parte dos treinamentos da Guarda Municipal. O aluno relata que, em determinado momento dos exercícios, passou mal e pediu autorização para descansar ao subcomandante da Guarda.

Agredido

O aluno contou ainda que, no momento em que o sargento Rolim percebeu que ele estava descansando, passou a agredi-lo verbalmente, chamando-o de "moleque", "frouxo" e outros palavrões.

Conforme ainda o relato do aluno, posteriormente, o comandante ordenou que outros três guardas cavassem um buraco, em um campo de areia. Após a escavação, ele foi jogado a força dentro do buraco e depois enterrado, permanecendo somente com a cabeça do lado de fora. Depois, do ocorrido, segundo o aluno, o sargento o ameaçou afirmando que ele "tomasse cuidado sobre as providências que iria tomar sobre o fato".

De acordo com a Polícia, o aluno relatou o ocorrido em um B.O. e exame de corpo de delito, que segundo o delegado teria dado positivo para escoriações.

Ao comparecer à delegacia, mesmo após ter contado o que havia ocorrido, o aluno afirmou que não gostaria mais de representar contra o comandante da Guarda Municipal. Mesmo assim, o inquérito foi instaurado e as pessoas já estão sendo ouvidas pela Polícia.

O delegado Jaelan Alves afirmou que já ouviu o aluno e o subcomandante da Guarda, e espera concluir em breve o inquérito policial, com a oitiva do sargento Rolim e de outras testemunhas do fato. A Reportagem apurou que, outros alunos também têm se queixado do exagero nos treinamentos físicos, comandados pelo sargento Rolim. Alguns comentaram que têm bolhas nas mãos depois da realização de flexões sob forte sol, e ainda sobre pisos de cimento.

O secretário de Segurança Pública do Município de Eusébio, delegado de Polícia Civil aposentado Lauro Leite, afirmou que, o fato denunciado pelo aluno não passou de uma "brincadeira exagerada". Segundo ele, já conversou com o aluno e seus familiares e eles não têm intenção de representar contra a Guarda. "Ele foi à delegacia por livre e espontânea vontade e disse que não ia levar o caso adiante". Leite destacou também, que conversou com o comandante da Guarda e o sargento disse que "não teve o objetivo de rebaixar ninguém".

Para o secretário de Segurança de Eusébio, "quem passa pelo curso da Guarda Municipal tem que ser preparado para o que vai enfrentar lá fora. Eles fazem curso de defesa pessoal, tonfa (cassetete). Eles saem realmente preparados. Quem não estiver satisfeito que peça para sair", afirmou.

Leite salientou que aguarda a conclusão do inquérito policial para tomar as providências administrativas necessárias. Os alunos aprovados no concurso para a Guarda Municipal permanecem sob período probatório e podem ser desligados da instituição caso cometam algum ato considerado grave.

Caso parecido

Um fato que ainda está sem esclarecimento diz respeito à morte do aluno do Curso de Formação de Sargento (CFS) do Exército Brasileiro, Germano Leôncio de Oliveira Filho, 24.

Na manhã do dia 8 de outubro, Leônico foi encontrado morto pelos colegas de tropa depois de ´desaparecer´ durante um treinamento de sobrevivência na selva que ocorria na Serra do Penedo, em Maranguape.

O rapaz foi encontrado caído, debaixo de uma árvore. A Perícia da Polícia Federal foi acionada e o corpo do militar encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO), para que fosse realizado o exame de necropsia. Até hoje, o resultado da perícia não foi divulgado.

O pai do militar encontrado morto, Germano Leôncio, residente na cidade de Sobral, na Zona Norte do Estado, veio à Fortaleza receber o corpo do filho e demonstrou revolta. O caso também foi levado ao conhecimento da Procuradoria Militar Federal no Ceará, que informou, na época, que iria acompanhar a investigação. Mas, até agora, o mistério persiste sobre o que causou a morte.

EMERSON RODRIGUES
EDITOR
Fonte:diariodonordeste
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