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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Pai não deve ser indiciado por homicidio culposo

Angela Martins
Delegada Lucy Fernandes investiga o caso (Foto: Marciel Peres)
O guarda civil municipal Milton Evangelista Nogueira, pai do menino David Mota Nogueira, 10 anos, que atirou contra a professora e se matou com um tiro na cabeça, na tarde de quinta-feira (22), não deve ser indiciado por homicídio culposo - quando não há intenção de matar. A informação foi dada pela delegada do 3º DP de São Caetano, Lucy Fernandes. 
“Segundo meu entendimento da lei, o pai não pode ser indiciado por homicídio. Após a apuração do caso, se ficar provado negligência ou omissão na guarda da arma de fogo, ele poderá ser acusado de crime de pequeno potencial ofensivo, que prevê uma pena de um a dois anos de detenção. Mas ainda é cedo para dizer qualquer coisa sobre o caso, já que o inquérito policial foi instaurado hoje (sexta-feira)”, afirma Lucy.
 
A delegada ouvirá ainda nesta sexta-feira (23) a diretora da Escola Municipal de Ensino Professora Alcina Dantas Feijão, uma orientadora e uma professora que dava aulas para David. Estas serão as primeiras testemunhas a depor na delegacia. O pai do menino conversou informalmente com a delegada no dia do crime, mas deverá ser ouvido novamente em caráter de depoimento na próxima semana.
 
Estudantes serão ouvidos na escola
As 25 crianças que estavam na sala de aula no momento dos disparos devem ser ouvidas pela delegada na escola. “Não há clima para trazer essas crianças para a delegacia. Prefiro ouvi-las dentro do ambiente escolar, com auxílio de psicólogos, para orientar sobre a abordagem”, destaca Lucy.
 
O depoimento do irmão de David, Gleisson, de 14 anos, pode trazer informações importantes para o caso, segundo a delegada. “Muitas vezes irmãos confidenciam problemas que não dizem aos pais. Acho que ele nos trará informações relevantes para entender a motivação do crime. Por enquanto, estamos todos perdidos sobre o que levou o menino a fazer isso”.
 
A delegada não acredita que o menino teria cometido o crime devido ações de bullying por parte de outras crianças. “Ele tinha cinco balas no tambor do revólver e deflagrou apenas dois tiros, um na professora e outro contra ele próprio. Se fosse bullyng, teria atirado nas outras crianças”, avalia. Uma das hipóteses é que David tenha sido orientado ou induzido por outra pessoa a efetuar os disparos.
 
A professora Rosileide Queiros de Oliveira, de 38 anos, também deve ser ouvida na próxima semana, assim que for liberada para receber visitas. Ela está internada no Hospital das Clínicas, em São Paulo, após passar por uma cirurgia. Após deixar a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), Rosileide teria dito ao namorado, o funcionário público Luiz Eduardo Hayakawa, que o menino era “um aluno exemplar, tranquilo, quieto e que tirava boas notas”.
 
Imagens das câmeras e desenho serão analisados
As imagens gravadas por duas câmeras de segurança instaladas na escola serão analisadas pela polícia. Ainda não se sabe a duração da gravação, mas de acordo com a delegada, as imagens não são muito elucidativas. “Pelo o que vi, o ângulo era desfavorável. Apenas gravou a movimentação e uma pessoa sendo socorrida, após os disparos. Mas já pedi a gravação para analisar melhor as imagens”, informa.
 
Um desenho feito por David, que foi encontrado junto ao material escolar apreendido na quinta-feira, também passará por análise de psicólogo forense, mostra o que seria duas armas na cintura do menino, que se retratou com 16 anos. No entanto, não há consenso se o que está desenhado são realmente armas ou apenas outros objetos indeterminados.
 
O desenho, feito na frente e verso de uma folha de sulfite, mostra David retratando ele mesmo com 16 anos na sala de aula, com as mãos para trás, assistindo uma aula em que um professor escreve na lousa. No verso, o menino está fora da escola, ao lado de uma cruz, com objetos não identificados na cintura.
 
O inquérito tem 30 dias para ficar pronto, mas a delegada pode pedir a prorrogação do prazo, caso haja necessidade de aprofundar as investigações.

Fonte: Reporter Diário
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