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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

GCM: "As pessoas ficavam surpresas"


Enquanto funcionários do Serviço Funerário de São Paulo entravam em greve no último dia 31, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) se deslocava para realizar um desafio inédito. Durante três dias, o efetivo de 252 guardas fez o translado de 504 corpos até os cemitérios e velórios da cidade. Os guardas também buscavam os cadáveres nos hospitais, dirigindo os carros do Serviço Funerário.

Ao longo de todo o dia, a fila para a remoção dos corpos crescia e também o sentimento de revolta entre familiares. Não bastasse a dor da perda, famílias enfrentaram uma longa batalha para conseguir enterrar os parentes na capital paulista. A liberação de um corpo poderia levar mais de 30 horas. E outros enterros precisaram ser cancelados.

No lugar de funcionários da prefeitura, a GCM é quem fazia a remoção dos corpos. Tudo para garantir que as famílias conseguissem minimamente prestar as últimas homenagens aos mortos. "Apesar de não estarmos habituados a isso, visamos o lema da Corporação 'Aliada, Protetora e Amiga'", disseram as guardas-civis metropolitana de Guaianases, Andréia Maria de Jesus e Kátia Aparecida Santos Martins.

Em razão da paralisação dos servidores do Serviço Funerário, elas estiveram ao lado do cidadão paulistano, minimizando o sofrimento das pessoas que perderam seus entes queridos. "Não medimos esforços para realizar essa missão em prol da sociedade paulistana. Pensando na melhor forma de amenizar a dor dessas famílias num momento tão difícil".

De acordo com Andréia, a resposta das pessoas foi muito boa. "Não paravam de me chamar ou de me agradecer". Para Aline Matos, que velava a avó, Juvelina Baraldi, no Cemitério do Araçá, o apoio da GCM foi fundamental, uma vez que "estes guardas trabalharam dia e noite atendendo a população".

"Acolhemos a tarefa como forma de ajudar ao próximo. Essas pessoas passavam por um momento difícil. E seria ainda mais doloroso ter que esperar por um sepultamento demorado. Não deixa de ser um ato humanitário", considera Kátia.

Segundo ela, o primeiro transporte foi o corpo de uma idosa de 84 anos, que ainda estava no hospital, aguardando a remoção. Para Kátia, foi aí que o fato mais marcante do dia aconteceu. "Uma das filhas dessa senhora nos abraçou, e disse com lágrimas nos olhos que, antigamente, admirava os bombeiros e que, a partir daquele momento, nos admirava também. Não contivemos a emoção".

As agentes retratam as muitas reações da população ao se depararem com uma cena como essa. "No primeiro momento, quando chegávamos aos locais, as pessoas ficavam surpresas porque eram duas mulheres. Diziam que era um caso atípico", afirmam elas que fizeram o transporte dos caixões das fábricas de urnas Vila Maria, na zona norte da capital.

Quando retornaram à base, a dupla afirma ter tomado conhecimento de outro caso semelhante com um de seus colegas. Uma guarda havia perdido um membro da família e passava pelo mesmo sofrimento. Dois agentes da GCM de outra setoria se prontificaram em seus dias de folgas a prestarem esse serviço. "Foi um fato que comoveu todo mundo da Corporação", diz Kátia.

As GCMs, que há 14 anos prestam serviços à população, afirmam que esse é o resultado do trabalho incessante dos agentes da Guarda Civil Metropolitana. "Trabalhamos das 18h do dia 31 (terça-feira) às 9h do dia 1º (quarta-feira). Foram 15 horas de serviço".

A Greve

Depois de quatro dias de paralisação, funcionários do Serviço Funerário de São Paulo decidiram voltar ao trabalho. A decisão foi tomada em razão da determinação da Justiça, que exigiu a volta imediata ao trabalho, sob pena de multa diária de até R$ 60 mil.

Segundo o Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias), 90% dos 1.336 funcionários do Serviço Funerário aderiram à greve. A categoria pede reposição salarial de 39,7%, referente às perdas da inflação entre 2005 e 2010.
Fonte: Band.com
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