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domingo, 10 de fevereiro de 2013

COM MENOS ARMAS BRASIL É MAIS VIOLENTO QUE STATES


Nosso país tem três vezes mais mortes a tiro que os EUA e mais violência no dia a dia


Matéria de Maurício Moraes, na BBC em Londres, hoje, revela que o Brasil é o país com mais mortes por arma de fogo no mundo, com 36 mil mortos. E completa a informação: apesar do número bem inferior de armas de fogo em circulação entre a nossa população do que nos Estados Unidos, o Brasil registrou, em 2010, 36 mil vítimas fatais de tiros. O total é 3,7 vezes o registrado pelos americanos, que tiveram 9.960 mortes, ficando assim o Brasil colocado no topo dos que mais registram óbitos por arma de fogo no mundo. Nos Estados Unidos, o debate sobre o porte de armas voltou à tona após o massacre em uma escola no estado americano de Connecticut que resultou na morte de 20 crianças e 6 adultos. O acesso a armas de fogo no país é bem mais fácil: é possível comprar armas em vários estados sem a necessidade de registro ou autorização de autoridades e o direito à posse é determinado pela própria Constituição. No Brasil, a posse de armas de fogo é permitida após registro e análise de antecedentes, mas o porte de armas de fogo é proibido, salvo em casos excepcionais.

Luta pela não-violência registra um crescimento nos últimos anos no Brasil

Nos States há proporcionalmente uma arma para cada cidadão

Baseado em estimativas colhidas em 2007, o relatório do UNODC diz que, nos Estados Unidos, havia 270 milhões de armas em posse da população, contra 15 milhões no Brasil. Não fica claro, entretanto, se os números são apenas de armamentos registrados, ou também se englobam estimativas de armas ilegais. O que fica claro é que os americanos vivem bem mais "armados" do que os brasileiros. Mas enquanto nos EUA a taxa de óbitos por arma de fogo é de 3,2 por 100 mil habitantes, no mesmo ano, em 2010, os brasileiros contavam 19,3 mortos por 100 mil. Na América do Sul o Brasil só perde para a Venezuela, com 39 mortes por 100 mil habitantes (2009 – último dado) e para a Colômbia, com 27,1 mortes por 100 mil habitantes (2010). O México, que vive uma epidemia de violência, viu seu índice de mortalidade saltar de 2,9 por 100 mil em 2003 para 10 para 100 mil em 2010. Especialistas ouvidos pela BBC Brasil veem diferenças nos graus e na forma como violência é tratada por norteamericanos e brasileiros. Para o sociólogo Guaracy Mingardi, ex-secretário de Segurança de Guarulhos (SP) e atual assessor da Comissão Nacional da Verdade, "Brasil e EUA tem culturas diferentes de violência". Já o ecologista Padinha, que edita o nosso blog de ecologia e de cidadania - Folha Verde News -  argumenta que "realmente há algumas diferenças de forma, grau, gênero e número entre a realidade dos norteamericanos e a dos brasileiros, porém, em ambos os países predomina disparada da mesma maneira a cultura da violência".
"A principal questão é a Justiça. Nos Estados Unidos a probabilidade de levar um homicida para a prisão é muito maior que no Brasil", afirma Mingardi e segundo ele, a impunidade abre caminho para agravar os índices de ocorrências violentas em nosso país. Explica também que a natureza dos crimes também é diferente lá e cá:  "No Brasil, a violência interpessoal, que engloba briga de bar, de vizinho, marido e mulher, responde por mais da metade das mortes". José dos Reis Santos Filho, sociólogo e professor da Unesp de Araraquara, concorda com o comentário do ecologista Padinha e afirma com todas as letras: "Existe mesmo uma cultura de violência no Brasil", ressaltando ainda um detalhe: "No Brasil ainda há a tendência de se resolver as coisas de maneira imediata, ir rápido às vias de fato. Nos Estados Unidos, a ofensa à integridade física é um tema sensível", diz, observando que é possível com muito mais facilidade nos States conseguir indenizações na Justiça em casos de agressões
Agora nestes dias nos EUA, o debate sobre o acesso às armas volta à tona após o massacre em uma escola de Connecticut: José dos Reis Santos Filho observa que a legislação contra armas no Brasil é muito mais dura que nos EUA, onde é fácil o acesso a armamentos: "Mas o fato de haver uma legislação avançada na área não significa que o conjunto dos cidadãos avançou nesta área".
Em 2003, entrou em vigor aqui o Estatuto do Desarmamento. Desde então, o Governo passou a promover campanhas de entrega de armas. Segundo o Ministério da Justiça, mais de 612 mil armamentos foram entregues desde então. O sociólogo Mingardi se mostra otimista, diz que desde então o "Brasil está em uma fase de evolução". Ele chama a atenção, no entanto, para o grande número de armas contrabandeadas: "Com o Estatuto há um maior controle das armas, mas a questão é que aumentou o número de armas ilegais circulando no país".

Fontes: BBC
              http://folhaverdenews.blogspot.com
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