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segunda-feira, 23 de junho de 2014

Não poderemos mais votar e viver da “caridade de quem nos detesta”

Durante a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (CONSEG), que aconteceu entre os dias 27 e 30 de agosto de 2009 em Brasília, mais de duas mil pessoas, entre representantes da sociedade civil, trabalhadores (policiais, guardas municipais e agentes penitenciários) e gestores da segurança pública de todos os estados brasileiros discutiram, princípios e diretrizes para uma nova política de segurança nacional, um processo participativo que não aconteceu apenas durante a CONSEG, pois nos seis meses que antecederam a conferência mais de 520 mil pessoas discutiram a segurança pública em Conferências Livres, Seminários Temáticos, prévias municipais, metropolitanas e estaduais, que ajudaram a construir e preparar o debate para a etapa nacional.
Desses quatro dias tivemos como resultado a eleição de 10 princípios e 40 diretrizes, relacionados aos sete eixos temáticos da Conferência, alguns relativos às Guardas Municipais, tais como a DIRETRIZ de número 8. 2.18 B, que prevê a regulamentação das Guardas Municipais como Polícias Municipais; definir suas atribuições constitucionais; regulamentar a categoria; garantir direitos estatutários, dentre eles jornada de trabalho, plano de carreira, aposentadoria, assistência física e mental, regime prisional diferenciado, programas habitacionais, seguro de vida, critérios do exame psicotécnico a cada quatro anos, concurso público, com exigência mínima de nível médio completo e obteve 697 votos. Porém, este resultado, além dos milhões de Reais e do tempo gasto, não está sendo levado em consideração e não foi colocado em prática pelos parlamentares, que não aprovaram nenhuma Lei no sentido de definir o futuro das guardas municipais e de seus agentes, pois hoje não se pode mais pensar em segurança pública sem a participação das guardas municipais que, há muito tempo assumiram importante papel nesse contexto e, portanto, devem receber o reconhecimento, a valorização e o respeito que lhe são merecidos.
Por isso em minha opinião se realmente queremos mudar esse quadro e vermos nosso futuro definido, mesmo depois da aprovação do PLC 39/2014, da PEC 534, da PEC 51, ou por qualquer outro, não poderemos mais viver da “caridade de quem nos detesta”, pois enquanto outros agentes de segurança pública têm seus representantes, quer seja no Senado, na Câmara dos Deputados ou nas Assembléias Legislativas, nós guardas municipais não temos. Hoje encontramos de soldados a coronéis, de detetives a delegados que em muitos casos, contaram com uma votação expressiva por parte dos guardas municipais, ou seja, votamos em representantes de outros agentes e não em nossos legítimos representantes.
Na atual conjuntura, considerando o enorme número de guardas municipais espalhados por todo o Brasil não precisamos mais votar em pessoas estranhas aos nossos quadros, pois em toda época de eleições aparecem os “amigos dos guardas” garantindo que farão o possível e o impossível para regulamentar, para armar e para dar até o que já temos e eles acham que não temos que é o poder de polícia, mas depois de eleitos, quando mal procuram ajudar o fazem em prol de suas categorias e mesmo assim deixam muito a desejar para com seus próprios companheiros.
No caso especifico dos guardas municipais o cenário nacional nos permite, já há algum tempo, elegermos guardas municipais para todos os níveis de representação política e, para tanto basta observarmos aqueles companheiros que estão na luta pelo ideal azul marinho, botando a cara, se dedicando, abrindo mão de cargos e gratificações, botando dinheiro do próprio bolso para participar de eventos e tudo isso para buscarem a valorização, o respeito, a dignidade e defendendo uma regulamentação que traga tranqüilidade no desenvolver dos serviços diários, defendendo também o porte de armas permanente para todos os guardas sem diferenciação, além aposentadoria e prisão especial, entre outras coisas.
O que não podemos é nos deixarmos mais enganar, quer seja por falsos amigos ou mesmo por pessoas que vestem o azul marinho, mas que até hoje em nada contribuíram para construção de um futuro melhor para as guardas e seus servidores enquanto profissionais de segurança pública e seres humanos.
Acredito sim que podemos e devemos escolher nossos representantes dentro do ceio das corporações, mas que acima de tudo devemos escolher guardas municipais que realmente estejam engajados e comprometidos e dispostos a assumir essa missão e não aqueles que simplesmente querem aproveitar a oportunidade de uma eleição para realizarem seus projetos pessoais e, sendo assim, acredito que devemos olhar para trás e fazermos uma reflexão sobre o histórico de todos aqueles que se apresentarem como nossos candidatos.

         Hoje na maioria dos Estados Brasileiros existem guardas altamente preparados e qualificados para nos representarem no parlamento de forma honesta e transparente fazendo com que deixemos de depender da boa vontade e da “caridade de quem nos detesta”. Porém para que possamos ter nossos legítimos representantes não basta que existam guardas altamente comprometidos e qualificados, pois será necessário o engajamento e a união de todos, portanto, chega de lamentarmos, vamos arregaçar as mangas e trabalhar em torno deste objetivo comum que, mesmo tendo ótimos guardas de frente nunca chegará a lugar algum sem uma retaguarda forte, unida, despida de vaidades e disposta a levar o ideal azul marinho, tanto para Brasília quanto para as Assembléias Legislativas de seus Estados. Temos que nos conscientizarmos de que todos nós fazemos parte desse processo de evolução e que temos responsabilidades para com o futuro das Guardas Municipais e que somente colheremos aquilo que por nós for plantado e não pelas mãos de outros, até porque, isso também nos dará legitimidade para cobramos postura digna e luta em prol da classe por parte daqueles que vierem a se eleger para nos representar.
GM Valdecir
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