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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

TOQUE DE RECOLHER PÕE EM XEQUE POLITICA DE SEGURANÇA



Durante o último feriado, São Bernardo, Santo André e Mauá registraram uma série de crimes, que totalizou 16 vítimas / Foto: Rodrigo Lima
Há três semanas, São Paulo vive uma onda de violência não esclarecida pelas autoridades. Desde o começo do ano, mais de 90 policiais foram assassinados (quase o dobro de 2011), a maioria com sinais de crime encomendado.
No ABC, durante o último feriado de Finados, São Bernardo, Santo André e Mauá registraram uma série de crimes, que totalizou 16 vítimas, sendo oito fatais. Em São Bernardo, um PM foi morto, e um ficou ferido em Mauá. A sociedade civil também tem sofrido perdas no meio do fogo cruzado.
De acordo Guerdson Ferreira, titular do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado) e delegado seccional de Santo André, responsável pelo policiamento de Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, há poucos casos registrados na região, se comparados ao índice de violência na Capital. “Temos um caso de ônibus incendiado, no começa dessa semana, e registro de um policial morto, no começo do mês, ambos em Santo André. Em São Bernardo e Mauá, também há atentados registrados”, comenta.
Para Carmen Sílvia Fullin, socióloga e professora da Faculdade de Direito de São Bernardo, as razões para a onda de ataques precisam ser divulgadas com clareza pelas autoridades. A hipótese de “guerra silenciosa” entre facções criminosas e segmentos da polícia se destaca e precisa ser debatida, na opinião da especialista.
A socióloga diz que é difícil para as autoridades reconhecerem que houve a ruptura de um pacto com organizações criminosas. “O que parece acontecer é um conflito direto entre a polícia e o PCC (Primeiro Comando da Capital), que não atua somente dentro de presídios”, diz. Para Silvia, tem ocorrido acerto de contas e a população também está pagando. “O alto índice de mortalidade entre civis comprova isso”, comenta.
Ainda para a professora, é preciso repensar a estratégia de combate à violência empregada neste caso. Muitas vezes, as autoridades assumem um discurso de endurecimento, mas é preciso rever se é válida e buscar diagnósticos. “Uma saída é repensar a atuação da polícia, a situação nos presídios e das corregedorias. É preciso construir, de maneira integrada, uma polícia inteligente, com estratégias que não lancem mão apenas de violência”, aponta.
Carmen Sílvia Fullin acredita, também, que a parceria com a União não deve ser vista como perda de soberania por parte do Estado. “Existe uma questão política e partidária, no sentido de que o Estado e a União criaram políticas de segurança diferentes, mas, por outro lado, é positivo pensar que o problema está sendo encarado pelo conjunto das forças”, diz.
Nesta terça-feira (6), o Estado e a União anunciaram a criação de agência integrada de inteligência, com o intuito de remover chefes do crime organizado para presídios federais, na tentativa de frear a onda de violência. O envio de tropas federais para o Estado foi descartado pelos dois governos.

PM nega toque de recolher

Nos últimos dias, relatos de instituições e comércios que fecharam as portas e de moradores deixando as ruas mais cedo se espalharam pelo ABC. Segundo o delegado seccional Guerdson Ferreira, foi o que aconteceu em Santo André e Mauá, na última semana. “A ordem de toque de recolher é falsa, embora a veracidade do que tem acontecido em São Paulo seja inegável. A motivação é desestabilizar o governo. É uma agressão à ordem”, diz Ferreira.
Um morador de Diadema, que não quis identificar, conta que no dia 25 a EMEB Cândido Portinari, no município, recebeu indivíduos armados, que mandaram fechar a escola. “No dia seguinte, outro cara passou avisando para terem cuidado com as crianças. Diferente do alto escalão que anda negando as ocorrências, quem está com a arma na cabeça está com medo de ficar na rua”, diz.
O coronel José Belantone Filho, comandante interino da Polícia Militar no ABC, afirma que não há ordem oficial de toque de recolher na região. Para o oficial, a população está assustada com a onda de violência em São Paulo, e o momento é oportuno para que indivíduos de má fé pratiquem delitos e gerem boatos.
Belantone conta que a corporação tem buscado apurar denúncias a respeito de toque de recolher. A orientação é que a população continue nos notificando. “Nossa ação é no sentido de reprimir os boatos”, diz.

Para Sérgio Murilo, diretor do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Regional Sul de Diadema, embora as autoridades neguem, na prática, a sociedade está apreensiva e já atende ao toque de recolher. "As pessoas têm perguntado sobre a veracidade do toque de recolher e nós temos orientado a redobrar a segurança. O que vivenciamos hoje é uma represália do crime organizado que tem afrontado o Estado e limitado nosso direito de ir e vir”, aponta.
De acordo com o coronel Belantone, o ABC possui, atualmente, cerca de 5 mil policiais miltares, número que na sua opinião representa defasagem de 10%. Já o efetivo da Guarda Civil Municipal nas sete cidades gira em torno de 2,3 mil profissionais. 
Fonte: Jornal Reporter diário
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