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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Guarda Municipal suspende participação em programa



A Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) suspendeu sua participação no programa “Crack, é Possível Vencer”, através do qual auxilia a Polícia Militar na ocupação de três áreas críticas de Fortaleza, cujas comunidades estão dominadas pelo tráfico de drogas. O motivo seria a falta de estrutura básica para a permanência dos servidores nas bases móveis, que apesar de modernas, funcionam precariamente. Nos locais onde os guardas deveriam operar as câmeras de segurança, os banheiros não funcionam e falta água para consumo.
Efetivado no início deste ano, o programa também enfrenta dificuldades na manutenção das câmeras de segurança que foram instaladas na região dos bairros Vicente Pinzón e Guajerú, na Grande Messejana. Danificadas por criminosos, a maioria delas precisa de manutenção. Já no Autran Nunes, os equipamentos ainda estão em fase de instalação, apesar de o trabalho ter sido iniciado em setembro. Somente uma câmera estava funcionando no interior da comunidade do Alto do Bode.
O POVO visitou as três bases ao longo das últimas três semanas. A situação mais crítica foi encontrada na Grande Messejana. No local, as únicas câmeras que estão funcionando são as acopladas ao ônibus usado como base. Elas monitoram apenas o que acontece nas laterais e interior do veículo. Nas comunidades vizinhas, como Conjunto São Miguel, Mangueira e Coqueirinho, onde foram instalados cerca de 26 equipamentos, nenhum está operando. A maioria foi danificada por criminosos e aguarda manutenção.
O ônibus fica estacionado na avenida Odilon Guimarães. Para utilizar o banheiro, os policiais recorrem à empresa Ypióca, que fica do outro lado da via. Já no Vicente Pinzón, a base fica no fim da avenida Dolor Barreira. Cerca de 15 câmeras estavam em funcionamento. Mas, para fazer suas necessidades, os policiais se deslocam numa viatura até um destacamento da PM, que fica distante da base. A água consumida também é custeada do próprio bolso. No Autran Nunes, os militares utilizam o banheiro de uma escola.
O POVO procurou o diretor-geral da GMF, Antônio Azevedo Vieira, para falar sobre o assunto. Por meio da assessoria de imprensa, ele confirmou que a Guarda suspendeu sua participação no programa. Segundo Azevedo, os servidores que atuavam no videomonitoramento foram convocados para retornarem às atividades na sede da instituição “até que seja feita uma completa reestruturação das cabines”.
De acordo com o coronel Cláudio Mendonça, comandante do Batalhão de Policiamento Comunitário (Ronda do Quarteirão), a Guarda Municipal deixou de participar do programa por “opção própria”. Segundo ele, a saída não foi oficializada junto à coordenação do programa. “Penso que eles estão reavaliando seus efetivos e suas estruturas. Mas nem por isso o ‘Crack, é possível vencer’ vai deixar de operar”, garante.

Sobre a manutenção das câmeras, Mendonça informou que o trabalho está sendo feito por uma empresa terceirizada, contratada pelo Ministério da Justiça, através da Secretaria Nacional da Segurança Pública (Senasp). Ele reconhece que pode haver dificuldades na manutenção. “Todo aporte tecnológico tem dificuldades, sim. Mas digo que estamos trabalhando com um número considerável de câmeras. Se não houver uma boa estrutura montada, os objetivos não são alcançados”, diz.
As câmeras do São Miguel começaram a ser instaladas em abril. Em junho, foi a vez do Vicente Pinzón. Já em setembro, começaram a ser instalados os equipamentos do Autran Nunes. Ainda segundo o coronel Mendonça, nessas regiões, os homicídios sofreram uma redução de 30% nos últimos meses. (colaborou Lusiana Freire)
Saiba mais
O “Crack, é Possível Vencer” é uma ação do Governo Federal, em parceria com Estado, Município e sociedade civil. O plano prevê a instalação de câmeras em comunidades dominadas pelo tráfico de drogas. Cada área de três km² deve receber 26 postes com câmeras. Cada equipamento consegue filmar um raio de 1,5km, sendo monitorado a partir de bases de ocupação. 
As imagens enviadas para as bases móveis eram monitoradas por guardas municipais treinados. Caso alguma ocorrência seja percebida, uma viatura da PM deve ser encaminhada ao local. As três bases custaram, juntas, mais de R$ 6 milhões.
Fonte: o povo
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