TAXISTA É SALVO POR GUARDA MUNICIPAL

"Acho que Deus enviou dois anjos para me salvar. Só pode ter sido isso", disse o taxista de 58 anos, assaltado na noite de anteontem e que foi salvo por dois guardas civis, quando era levado para um suposto cativeiro, num matagal da Estrada do Boiadeiro, região do Jupiá. Durante o trajeto, indicado pelo casal que o assaltou, e já numa estrada de terra e sem iluminação, o taxista viu uma viatura da Guarda Civil fazendo ronda e deu vários sinais de farol alto, como forma de chamar atenção. E deu certo: os guardas Ayala e Valmir, mesmo reconhecendo que era um taxista da Rodoviária, pararam o carro dele e prenderam o casal."Como eu conhecia o taxista, pensei que os sinais de luz não seriam apenas um cumprimento. O farol piscou várias vezes e já mandei encostar, porque achei que ele poderia estar em apuros", declarou Ayala.O homem que estava no banco de trás ameaçando o taxista, encostando um objeto em seu pescoço e dizendo que era arma - na verdade era uma chave de fenda - disse que se ele parasse o veículo iria lhe estourar os miolos. Mesmo assim, o taxista se arriscou e parou.Ao ver a guarda, a adolescente, que estava no banco da frente, para se livrar do flagrante, desceu gritando que o taxista queria estuprá-la. Não convenceu e ela, junto com seu comparsa, foram detidos. Ela estava com a carteira do taxista que tinha R$ 84.A vítima disse ontem à Gazeta que estava com a 'cabeça a mil por hora'."Já fui assaltado duas vezes, mas nunca tão apavorante como ontem (anteontem). Esses guardas merecem nota 10, porque como me conhecem poderiam ter pensado que eu estava apenas cumprimentando por meio de sinal de luz. Foram além e me livraram de ficar como refém. Estão de parabéns", declarou.Os guardas chegaram no plantão policial antes da meia-noite, mas como o delegado Haroldo Fernando Amaral estava conduzindo quatro flagrantes, tiveram de esperar o dia amanhecer e foram apresentar a ocorrência no 7° Distrito Policial. AUTUAÇÃO. O delegado Ruy Luiz Ramires disse que foi uma boa ocorrência porque "o preso confessou ser o autor de outro roubo a um taxista do mesmo ponto. Chamei o taxista aqui e ele reconheceu o acusado. Esclareci um roubo que estava sendo investigado há poucos dias". A adolescente, segundo Ramires, foi apresentada à Vara da Infância e Juventude, onde seria decidido seu destino.