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domingo, 30 de maio de 2010

GM CUIABÁ PARTE I

Agentes atuam ‘pela metade’, ou menos

Criado em 2008, mas em vigor desde fevereiro passado, grupo não consegue de fato proteger escolas da Capital, pois não tem locomoção e nem comunicação
Divulgação/prefeitura
Desculpa para não utilização das 10 motocicletas adquiridas e anunciadas é a falta de capacetes
A segurança das escolas cuiabanas continua sendo um serviço pelo qual a sociedade paga, mas recebe pela metade – ou até menos. Criada para este fim em 2008, mas ativada somente em fevereiro deste ano, a Guarda Municipal até hoje não consegue combater a depredação do patrimônio, as invasões por usuários de drogas e a violência contra alunos e funcionários. É que os trinta agentes da prefeitura não têm, entre outros, condições de se locomover entre as 28 escolas e 12 creches de sua abrangência. E uma das razões é a falta de meros capacetes de motocicleta.

Os capacetes são indispensáveis para a integridade dos próprios guardas sobre as motocicletas, dez unidades já adquiridas pelo município e que até hoje não foram usadas. Além da falta de capacete, elas continuam encostadas pela ausência de equipamentos como intermitente (sinalizador). E como se não bastasse o desperdício de dinheiro já protagonizado pelo município (ver box), o problema se revela maior pela boca dos próprios guardas: entre eles, que preferem o anonimato pelo medo de represálias, a insegurança impera devido ao fato de andarem desarmados (até hoje não tiveram um curso de tiro) e por não disporem de aparelhos de rádio para comunicação.

Segundo o guarda municipal identificado como V., 23 anos, a falta de estrutura compromete o trabalho em absoluto. “Não está surtindo efeito o nosso serviço”, analisa, categórico. Em primeiro lugar, V. aponta a falta de mobilidade. Sem as motocicletas, os guardas dispõem apenas de uma viatura – um carro modelo Fiat Uno – que faz inúmeras viagens para que eles se desloquem entre as unidades da Regional Sul, a única região que o programa de Guarda Municipal engloba por enquanto. No fim das contas, V. relata que os guardas conseguem manter a frequência em apenas seis escolas.

O guarda se diz indignado porque as dez motocicletas adquiridas para o trabalho foram anunciadas “de boca cheia” pela prefeitura, que, quando procurada pelos agentes, alega a falta de capacetes para mantê-las fora de uso. Coisa parecida ocorreu com a formação dos guardas e V. confessa não se sentir preparado para a função; o treinamento de 90 dias que receberia findou em apenas 40. Isso para trabalhar desarmado em um bairro perigoso onde colegas já foram ameaçados de “levar bala” por integrantes de gangues e donos de bocas-de-fumo.

Para se protegerem, os guardas já reivindicaram a prefeitura a realização de um curso de tiro, mas até hoje nada saiu do papel. Já para F., 21 anos, a maior carência é a falta de aparelhos de rádio. “Não tem como informar caso aconteça algo”, reclama. Nesses casos, conta, o jeito é utilizar celulares próprios. Mas como fazer isso ganhando R$ 705 mensais?

“Isso tudo desanima, né? A gente fica esperando um tempão. Aí, quando é pra funcionar, o trem não anda direito,”, frustra-se. Ele comenta ainda que a atual situação dos guardas municipais é um problema de segurança não só das escolas, mas das comunidades onde elas estão.
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