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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Big Brother’ da GCM de São Paulo não tem câmera

Os equipamentos do ônibus que seria usado para combater o tráfico na Cracolândia não funcionam
DIÁRIO DE S. PAULO

Estacionado na Praça Júlio Prestes, no Centro de São Paulo, desde o dia 19 de novembro, o micro-ônibus comprado pelo governo federal com a promessa de ajudar a GCM (Guarda Civil Metropolitana) a combater o tráfico e uso de drogas na região da Cracolândia virou um objeto de decoração no cenário degradado tomado por usuários de crack.
O principal equipamento do veículo, as câmeras de segurança, simplesmente não funcionam. Os policiais tampouco receberam os teaser (armas de choque) e sprays do projeto Crack, é possível vencer.

Além do veículo, que conta com 20 câmeras externas para vigiar os traficantes e usuários de drogas, a Guarda Civil Municipal deveria ter recebido duas motos, dois carros, 250 teasers e 750 sprays. As imagens não são captadas porque ainda não foi feito o convênio com a Eletropaulo para ligar os equipamentos à rede de energia. São cinco microcâmeras na parte de fora e mais duas internas inutilizadas. São Paulo recebeu cinco kits para a GCM, um para a Polícia Militar e um para a Polícia Civil.
Somente o micro-ônibus estacionado na Praça da Sé está funcionando completamente. A assessoria da GCM se negou, ontem, a informar resultados básicos do projeto como, por exemplo, quantas pessoas foram presas desde julho.
O programa do governo federal em parceria com a s secretarias de Assistência Social e Segurança Pública do estado e Prefeitura visa combater o tráfico de drogas, inibir novos usuários e encaminhar os que estão nas ruas para tratamento. Mas, para um guarda-civil entrevistado ontem pelo DIÁRIO, a realidade é outra.

“Era para os assistentes estarem aqui, mas ninguém aparece. Só tem a PM e nós”, diz. O nome do guarda vai ser preservado a pedido dele, que tem medo de retaliação.

Desde janeiro de 2012, o Estado tenta combater o tráfico na região da Cracolândia, porém, de acordo com moradores, o número de usuários cresce a cada dia. “Eu nunca vi este lugar como agora. Não aguento mais esta situação. Colocaram um ônibus virado de costas para o problema. Não querem enxergar isto aqui”, comentou Ana Lúcia Marques, 46 anos.

Alguns moradores de um prédio próximo à praça estão mudando do local por causa dos usuários. “Morei 34 anos neste local. mas não dá mais”, reclama Hildo Luiz.

Os usuários tomaram novamente as ruas da Luz e moram em barracas improvisadas. São mais de 20 espalhadas pela praça. “Não temos muito o que fazer. É uma loucura este local.
Os usuários não chegam perto do ônibus. Ficam eles lá e nós aqui”, conta o guarda-civil.
GCM diz que instalação ainda está no prazo
A assessoria de imprensa da GCM (Guarda Civil Metropolitana) confirmou ontem, em nota, que o micro-ônibus instalado na Luz não foi totalmente inaugurado, mas esse trabalho ainda está dentro do prazo, sem especificar quando ele vai ser terminado.

O órgão de segurança do governo municipal admite que as câmeras não foram ligadas por questões burocráticas, mas não confirma se realmente falta a assinatura de um convênio com a Eletropaulo, a concessionária de energia elétrica. 

Também informa que São Paulo foi a primeira cidade a receber os equipamentos do governo federal e, por isso, os kits ainda estão em fase experimental. Não há qualquer resposta sobre o fato dos teasers e sprays não terem sido entregues aos GCMs.
A nota não informa também quando termina esse período de experiência tampouco quando todo o programa vai estar em funcionamento. Sobre a instalação dos outros três micro-ônibus, a resposta é que não há data certa para isso acontecer.

A Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Militar não confirmaram se já receberam os kits nem onde os mesmos serão instalados.

Lugares onde serão entregues os Kits
O projeto visa atender as regiões com maior número de tráfico de drogas. Foram entregues kits contendo 250 teasers e 750 sprays, armas consideras de menor potencial ofensivo. As polícias Militar e Civil não informaram quando receberam e para onde vão esses equipamentos. A Guarda Civil disse que armas serão destinadas aos agentes que trabalham na Praça da Sé (instalada desde outubro), Luz, República, Metrô Saúde e Avenida Senador Teotônio Vilela. O investimento total foi de R$ 22 milhões
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