Que não é fácil a vida de guarda municipal,
isso eu já sabia, afinal são 22 anos de serviço. Porém, desde que participei do
Congresso de Guardas Municipais, realizado em Rio Claro-SP, ocasião em que
conheci pessoas que já militavam por anos e anos e que me motivaram a participar
mais ainda desta luta pelo crescimento, pelo reconhecimento e a valorização das
Guardas Municipais. Foi a partir deste momento que comecei a vivenciar a
realidade de quem se dispõe a “botar a cara” e entrar de frente nesta luta.
Durante esses anos vi vários amigos sendo assim como eu punidos, perseguidos e
massacrados por seus comandantes, que em muitos casos são guardas municipais
como nós, mas que por medo de perderem os cargos que ocupam (sem qualquer
qualificação) por compromissos de campanha, amizade ou por seguirem a mesma
doutrina religiosa do Prefeito, se sujeitam a praticar essas covardias contra
os próprios colegas. Entretanto, as punições aplicadas com intuito de vingança,
de desanimar ou até mesmo de fazer com que esses companheiros desistam e
abandonem a luta, na verdade só os encorajam e os estimulam cada vez mais a
seguir na luta e além disso servem como termômetro para medir o quanto
incomodamos aqueles que põe seus
interesses pessoais à frente dos interesses
da sua corporação e das Guardas Municipais num todo.
Outra tática utilizada é o oferecimento de cargos e gratificações na tentativa de fazer com que os outros guardas acreditem que esses guerreiros só querem levar vantagens e por isso estão nesse movimento. Mas, nada disso adianta, pois o maior orgulho de quem participa dessa luta é justamente não se render e muito menos se vender para aqueles que estão no poder e que tentam a todo custo manter suas posições. Enquanto nossos esforços em nos deslocarmos de nossas cidades pagando do próprio bolso as despesas com passagens, alimentação e hospedagem, para participarmos e fortalecermos a luta são reconhecidos e até homenageados por pessoas que estão à frente de instituições de nível nacional, em nossas corporações a situação é exatamente ao contrario, já que a primeira coisa que perde o crédito perante o Comando da guarda e da Prefeitura é a palavra dos guardas que estão participando desse movimento e aí então a palavra de qualquer um vale mais que a sua, mesmo que sua ficha funcional não contenha a anotação de uma advertência sequer e toda sua dedicação e tudo mais que ele tenha feito em prol da corporação é esquecido.
Outra tática utilizada é o oferecimento de cargos e gratificações na tentativa de fazer com que os outros guardas acreditem que esses guerreiros só querem levar vantagens e por isso estão nesse movimento. Mas, nada disso adianta, pois o maior orgulho de quem participa dessa luta é justamente não se render e muito menos se vender para aqueles que estão no poder e que tentam a todo custo manter suas posições. Enquanto nossos esforços em nos deslocarmos de nossas cidades pagando do próprio bolso as despesas com passagens, alimentação e hospedagem, para participarmos e fortalecermos a luta são reconhecidos e até homenageados por pessoas que estão à frente de instituições de nível nacional, em nossas corporações a situação é exatamente ao contrario, já que a primeira coisa que perde o crédito perante o Comando da guarda e da Prefeitura é a palavra dos guardas que estão participando desse movimento e aí então a palavra de qualquer um vale mais que a sua, mesmo que sua ficha funcional não contenha a anotação de uma advertência sequer e toda sua dedicação e tudo mais que ele tenha feito em prol da corporação é esquecido.
Outra coisa muito interessante é o fato
de que os projetos que são apresentados por esses guardas aos seus Comandantes
e aos seus Prefeitos, projetos construídos muitas vezes através de
conhecimentos adquiridos em eventos como congressos, simpósios, encontros e
outros, acabam engavetados, mas depois de algum tempo alguém ligado ao Comando
ou o próprio Comandante, tem uma ideia genial e elabora um projeto que,
estranhamente, é muito parecido com o seu e esse projeto é posto em pratica
rapidamente como se ninguém se lembrasse mais daquele que havia sido
apresentado anteriormente.
Por
mais que este movimento busque, pura e simplesmente o crescimento, o respeito e
a valorização das Guardas Municipais, em muitos casos aqueles que dele
participam são tidos por seus comandantes e por seus Prefeitos como alguém que
está contra eles e suas administrações. Diante deste quadro chegamos à
conclusão que o crescimento desse movimento e a politização dos Guardas
Municipais é motivo de grande preocupação para nossos caudilhos que se sentem
ameaçados, pois já percebem o risco de terem guardas Municipais ocupando
cadeiras no legislativo e cobrando melhorias para as guardas municipais.
Para finalizar vamos nos lembrar de Nelson
Mandela, que mesmo sofrendo torturas e permanecendo preso por muitos anos, não
desistiu da luta e no final triunfou, chegando à presidência de seu país
através do reconhecimento do povo.
Por isso, acredito que devemos valorizar
aos companheiros que já vem há muito tempo buscando o crescimento, o respeito e
a valorização das Guardas Municipais e também àqueles que se juntaram a nós durante
este trajeto, bem como, àqueles que estão chegando agora, pois todos são bem
vindos desde que realmente queiram somar esforços em prol da causa das Guardas
Municipais, porém havemos ter o cuidado de não nos iludirmos com discursos
bonitos, oradores eloqüentes, amigos e defensores que se apresentarão como
sempre acontece em períodos que antecedem as eleições quando muitos tentam
pegar uma carona num movimento legitimo e que já existe há muitos anos e que
alguns desses nem conheciam ou mesmo não se importaram em conhecer ou
participar dando suas parcelas de contribuição e sacrifício, talvez até por não
acreditarem em uma vitória das Guardas Municipais, pois para muitos políticos e
aspirantes a políticos nós guardas municipais simplesmente representamos um expressivo
número de votos durante todo esse tempo pelo qual aguardamos a aprovação de
projetos importantes como a PEC 534 e o PL 1332, por exemplo, que trariam
segurança para o desempenho de nossas funções, bem a definição destas funções
resultando em melhores serviços prestados e melhoria na qualidade de vida dos
cidadãos a quem servimos.
Companheiros é chegada a hora de
refletirmos e como disse certa vez o professor João Alexandre do qual tenho
orgulho ter sido aluno na primeira turma
do Curso de Comando realizado no Rio de Janeiro, não podemos nos seduzir pelo
canto da sereia.
GM Valdecir