Uma patrulheira da Gama (Guarda Municipal de Americana) acusa dois superiores por assédio sexual. Segundo ela, em diversas ocasiões os dois guardas, que atuam na Romep (Ronda Ostensiva Municipal Especial Preventiva) - força de elite da Gama - teriam a assediado sexualmente para que ela pudesse manter seu cargo.
O caso foi denunciado ao comando da Gama, que confirmou o ocorrido e disse que tomará as "medidas cabíveis". De acordo com os patrulheiros ouvidos pela reportagem, ela foi orientada por superiores a não registrar boletim de ocorrência.
"O caso já está sendo resolvido internamente na Gama. Realmente aconteceu, mas eu gostaria de não comentar nada por enquanto", afirmou a mulher, ainda assustada - que pediu para não ser identificada.
Colegas de trabalho ouvidos pelo LIBERAL afirmaram que o caso já havia sido relatado há algum tempo ao diretor da Gama, Marcelo Feola. "Ele sabia que existiam esses rumores. No entanto, ontem (anteontem) o caso ficou evidente já que ela resolveu ser mais contundente na denúncia. A informação caiu como uma bomba na corporação", afirmou um GM, que também pediu para ter a identidade preservada.
De acordo com ele, os dois superiores assediavam a guarda para que ela fosse mantida na corporação. Segundo os guardas, eles ainda ofereciam proteção dentro da corporação. "Ela foi corajosa. Denunciou os superiores e agora sabe que pode ser alvo de ameaças", disse.
'OPERAÇÃO ABAFA'
O comando da Gama tentou "uma operação abafa" em relação ao caso, de acordo os guardas ouvidos pela reportagem. Dois GMs tentaram evitar que o caso não chegasse à imprensa.
A própria vítima relatou isso. "Eles querem resolver tudo internamente. Foi o que me pediram", afirmou.
Os guardas afirmaram ainda que os acusados foram afastados do cargo após a denúncia. Ainda segundo os patrulheiros, uma sindicância interna foi instaurada para apurar as denúncias.
"Sei que um teve as férias antecipadas e outro saiu da Romep e está trabalhando durante o dia. Também fomos informados que a própria Gama está investigando as denúncias. Agora é esperar para ver", relatou o guarda. Segundo ele, a mulher assediada foi orientado a não registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil.
A reportagem questionou a corporação, por meio de sua assessoria de imprensa, em relação às medidas que serão tomadas pela Gama. Em nota, a Administração informou que a Guarda está adotando as medidas legais cabíveis.
Fonte: O liberal
