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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Delegacia registra aumento de casos de estudantes armados nas salas


Se a prova do vestibular incluísse questões sobre traquejo com facas e armas de fogo, muitos estudantes baianos já poderiam se considerar aprovados. Em Salvador, a apreensão de adolescentes armados em ambientes de formação educacional vem crescendo a cada ano. 

“Durante todo o ano passado, registramos dez casos. Este ano, só nestes primeiros quatro meses, já temos sete”, comparou Claudenice Maya, titular da Delegacia do Adolescente Infrator (DAI). 

No final da tarde de ontem, ela recebeu em sua sala um menino de 14 anos que esfaqueou o colega, de 17, dentro da escola Euricles de Matos, no Rio Vermelho. A vítima foi levada para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde foi medicada e liberada. Em menos de 24 horas, este foi o quarto caso registrado pela DAI, envolvendo armas, adolescentes e escolas.

Na Calçada, ex-aluno tentou pular o muro da escola com revólver 38, mas foi impedido pelo porteiro 

Armados Anteontem, a DAI apreendeu um adolescente de 17 anos com um revólver calibre 32, saindo do Colégio Estadual Dr. Aílton Pinto de Andrade, no Lobato. Uma denúncia anônima levou a polícia até o local. 

Testemunhas contaram que, ao ser abordado, o menor jogou o revólver debaixo de um carro e negou que a arma estivesse com ele. O jovem foi encaminhado para o Ministério Público estadual (MP). 

“Este garoto estuda aqui desde 2008 e nesses três anos já abandonou a escola duas vezes e perdeu de ano outra”, revelou a diretora da escola, Quésia Dias. Ela informou que o adolescente participa de um programa de aceleração escolar no período noturno, referente às 5ª e 6ª séries do ensino fundamental e que, nos registros da escola, não há ocorrências de violência. 
No mesmo colégio, um adolescente de 16 anos foi apreendido ontem, depois de ser flagrado com maconha. Ele também foi levado para a DAI - onde prestou depoimento e foi liberado - por uma guarnição da Ronda Escolar da Polícia Militar. 

De acordo com o Departamento de Comunicação da PM, 400 policiais seguem um cronograma de visitação a escolas públicas e particulares, onde mantém contato com a diretoria e alunos. 

Mas, no Colégio Castro Alves, na Calçada, o porteiro foi quem flagrou um ex-aluno tentando pular o muro com uma arma de calibre 38, na noite de anteontem. Segundo a delegada Claudenice Maya, os dois entraram em luta corporal e o jovem, de idade ignorada, conseguiu fugir, sem a arma. A direção da escola não quis comentar o assunto. 

No IAPI, outro jovem, de 15 anos, foi preso com uma faca na porta do Colégio Estadual Álvaro Augusto da Silva. Funcionários da escola disseram se tratar de um ex-aluno, mas a direção não foi encontrada para comentar o caso.

Abrantes 
Em Vila de Abrantes, Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, um menino de 14 anos foi flagrado anteontem com um revólver calibre 38. Depois de negar que a arma fosse sua, ele foi encaminhado ao MP junto com com outro jovem da mesma idade, flagrado vendendo crack no colégio vizinho, o Centro Educacional Marquês de Abrantes. 

Essa instituição já registrou um caso de estudante armado este ano e até o diretor, de prenome Marcelo, já foi agredido com um soco no rosto ao tentar separar um briga entre dois alunos.

Feira: Guarda já encontrou 34 armas 
Em Feira de Santana, a Guarda Municipal segue com a operação Paz nas Escolas, na qual apreende armas encontradas, através de detector de metais, nas mochilas dos estudantes de instituições municipais de ensino. Até ontem, a ação, que teve início no dia 8 de abril, já havia encontrado 34 armas brancas, entre elas facas, punhais, peixeiras, estiletes e até uma chave de fenda.

O comandante da Guarda Municipal, Marcos Vinícios Alves dos Santos, conta que, numa das apreensões, um estudante de apenas 7 anos portava um estilete de fabricação artesanal (feito com caneta e gilete) dado de presente pelo próprio pai. “Pra que o pai deu o estilete à criança, eu não sei, ele não contou”, disse o comandante.
Polícia prendeu ontem o homem que vendeu o revólver 38 ao atirador

‘Eu precisava do dinheiro’
Polícia prendeu ontem o homem que vendeu o revólver 38 ao atirador
O homem que vendeu um revólver 38 a Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, disse que, se adivinhasse como sua arma seria usada, não a teria vendido e teria entregue o jovem à polícia. “Eu não matei ninguém. Ele não falou que era pra isso, falou que era pra defesa pessoal”, disse Manuel Freitas Louvise, 57, preso ontem. Wellington usou o 38 no ataque que deixou 12 estudantes mortos na Escola  Tasso da Silveira, no Rio.

Louvise foi preso em sua casa, na Baixada Fluminense. Ele disse que trabalhava na mesma empresa que Wellington e vendeu a arma em setembro de 2010, pois precisava de dinheiro para consertar um carro. Ele tinha o revólver desde 1978. Segundo o suspeito, Wellington disse a ele que se mudaria para Sepetiba e precisava de uma arma para sua segurança.
O atirador pagou R$ 1,2 mil pelo revólver. “Se eu pudesse adivinhar o que iria acontecer, não tinha vendido”, afirmou. “Ele quase não conversava com ninguém. Eu conversava com ele na portaria e ele falou que precisava de uma arma. Eu precisava de dinheiro”, disse Louvise, que tem um neto de 12 anos, idade de uma das vítimas do massacre. Quando recebeu a notícia sobre o crime, Louvise disse que “foi uma tristeza imensa”. “Se eu adivinhasse, eu mesmo entregava ele”.
De acordo com Louvise, Wellington o teria “aliciado” durante dois meses para que vendesse a arma. Segundo informações do Tribunal de Justiça, uma análise técnica feita pela perícia identificou o número de série da arma, que estava raspado, e levou a Polícia Civil ao suspeito.
Ainda conforme o tribunal, Louvise confessou à polícia a venda da arma, de munição e de carregadores ao atirador. Outras duas pessoas já tinham sido presas sob suspeita de intermediarem a venda da outra arma usada por Wellington - um revólver calibre 32. Segundo a polícia, o chaveiro Charleston Souza de Lucena, 38, e o segurança desempregado Izaías de Souza, 48, confessaram e disseram que a arma era de um homem chamado Robson.
Fonte: Correio
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