>> Atingido por 10 disparos, Lucas foi resgatado e levado para o hospital no helicóptero da PM (Foto: Sandro Nascimento) ::
Sequestrado, torturado e baleado mais de 10 vezes por traficantes da Favela do Arrastão, no Rio do Ouro, o policial militar Lucas Falco dos Santos Barreto, de 23 anos, foi resgatado com vida, na manhã de ontem, após passar aproximadamente 14 horas gravemente ferido no meio da mata, no alto da comunidade. Dois acusados de participação no crime - entre eles um adolescente de 12 anos - foram presos por policiais do 7º BPM (São Gonçalo).
Lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, o soldado estava desaparecido desde o início da noite da última segunda-feira, quando ligou para o pai informando que seu carro havia enguiçado na Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), próximo a um dos acessos à comunidade.
Segundo a polícia, Lucas seguiu para um posto de combustíveis para pedir ajuda. Quando retornou para o automóvel, ele acabou sendo rendido pelos traficantes e levado para o alto do morro, onde levou sete tiros nas pernas, um na nádega, um no braço e outro no pescoço. Num momento de distração dos bandidos, a vítima teria conseguido fugir após rolar de uma ribanceira.
No início da manhã de ontem, policiais do 7º BPM, com o auxílio do helicóptero do Grupamento Aeromarítimo (GAM), realizaram buscas na comunidade e conseguiram localizar o PM ferido na Estrada João Garcia da Rosa.
Ele havia sido socorrido por um coveiro, de 36 anos, funcionário de um cemitério de animais. O homem contou que ouviu uma voz pedindo socorro quando chegou para trabalhar, por volta das 8h de ontem.
Acusados são presos
No final da tarde de ontem, dois acusados de envolvimento no crime foram presos por PMs e encaminhados à 75ªDP (Rio do Ouro). Entre os presos está um menor de 12 anos. Segundo PMs, ele é acusado de integrar o tráfico na comunidade desde os 9 anos de idade.
O maior foi identificado como Erick de Almeida Rodrigues, o Bodão, de 19 anos. Com eles, os policiais apreenderam um revólver calibre 38, 18 munições calibre 9mm, três rádios transmissores, quatro aparelhos de telefone celular, um soco inglês e uma faca de selva, além de 75 cápsulas de cocaína e um saco com aproximadamente 200 gramas de cocaína.
O delegado Henrique Pessoa, titular da 75ªDP, autuou Bodão por tráfico de drogas e tentativa de homicídio e citou o menor em fato análogo aos mesmos crimes. Ele contou que os dois confessaram participação na tortura do PM, mas alegaram que ficaram apenas vigiando o local. De acordo com a polícia, dois homens identificados como D2 e Loirinho foram autores dos disparos contra a vítima. O chefe do tráfico do Arrastão, conhecido como Rato, também é acusado de participação no crime. Eles teriam usado a própria pistola do soldado e o revólver apreendido na ação.
Lucas, que também é baixista de uma banda gospel, ingressou na PM há três anos. Atualmente, ele estava lotado no Serviço de Inteligência (P-2) da UPP da Rocinha.
Fonte: O São Gonçalo
