Familiares de vítima afirmam que foram ameaçados por policiais após crime.
Para polícia, ainda é prematuro dizer que PMs cometeram homicídio
.Do G1 AM
Dois policias militares da 25ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) foram presos, nesta sexta-feira (4), suspeitos de cometer um homicídio na última semana no bairro Zumbi 3, Zona Leste de Manaus. Na ocasião, a Polícia Militar (PM) informou que os policiais atiraram na vítima porque ele resistiu à prisão.
As investigações iniciaram quando familiares da vítima acionaram a Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestros (DEHS) afirmando que estavam sofrendo ameaças por parte dos policias militares. Segundo o delegado Rafael Campos, os suspeitos foram presos de forma preventiva para garantir a segurança das testemunhas durante os depoimentos. "Eles admitem que realizaram a abordagem, mas optaram por permanecer em silêncio durante depoimento à polícia. Disseram que só falariam na presença dos advogados", contou.
Os familiares da vítima apresentaram ainda à polícia imagens do circuito interno de segurança de uma casa nas proximidades do local do crime que filmaram o momento em que o homem foi morto. No entanto, o delegado destacou que as imagens não são claras e que qualquer afirmação sobre o desenvolvimento do crime, no momento, pode ser prematura. "Como os policiais permaneceram calados, por enquanto não dá para falar muita coisa. É prematura qualquer tipo de afirmação a respeito do caso. A prisão preventiva foi decretada pois as testemunhas se sentiram ameaçadas e, para correr o inquérito sem sobressaltos, a prisão dos PMs foi necessária", disse.
Mais testemunhas devem ser procuradas para depor à polícia para prestar esclarecimento sobre o crime. Os policiais foram encaminhados ao Batalhão de Guarda da Polícia Militar, onde devem ficar em reclusão até a conclusão dos laudos policiais.O delegado titular da DEHS, Paulo Martins, afirmou que a polícia ainda não tem informações sobre as circunstâncias em que os disparos foram realizados. "A situação ainda não está muito clara. Segundo informações da investigação, a vítima teria reagido, mas não sabemos todo o desenvolvimento da história", afirmou.
O G1 contatou a assessoria da Polícia Militar do Amazonas, que afirmou que a corporação não se pronunciará oficialmente a respeito das prisões.