Confusão aconteceu no estacionamento de um supermercado, em Goiânia.
Maquiador foi algemado a carrinho de compras; polícia nega abuso.
O maquiador Áureo Gulewicz foi preso no supermercado Carrefour, em Goiânia, após reclamar da ação da Polícia Militar. Segundo ele, os militares teriam se recusado a investigar um roubo ao seu carro, que foi arrombado e estava dentro do estabelecimento. A confusão aconteceu na noite de sexta-feira (20) e foi filmada por vários clientes que estavam no local (veja vídeo ao lado).
Nas imagens é possível ver o homem algemado a um carrinho de compras. Bastante agitado, ele reclamou: "Roubaram meu carro no Carrefour e eu vou preso?". No momento em que ele é detido, dezenas de pessoas, indignadas com a situação, gritaram, em coro, para que o homem fosse solto
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O maquiador Áureo Gulewicz foi preso no supermercado Carrefour, em Goiânia, após reclamar da ação da Polícia Militar. Segundo ele, os militares teriam se recusado a investigar um roubo ao seu carro, que foi arrombado e estava dentro do estabelecimento. A confusão aconteceu na noite de sexta-feira (20) e foi filmada por vários clientes que estavam no local (veja vídeo ao lado).
Nas imagens é possível ver o homem algemado a um carrinho de compras. Bastante agitado, ele reclamou: "Roubaram meu carro no Carrefour e eu vou preso?". No momento em que ele é detido, dezenas de pessoas, indignadas com a situação, gritaram, em coro, para que o homem fosse solto
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O maquiador alega que procurou policiais que estavam no supermercado, mas ficou inconformado quando ouviu que deveria entrar na Justiça para recuperar o prejuízo que teve. "Única coisa que tu pode fazer é entrar com ação contra o Carrefour para receber, se eles te pagarem ainda. Aí queria falar com o gerente e ninguém apareceu", contou.Áureo mora em Belém (PA) e estava passando por Goiânia após uma viagem que fez para São Paulo (SP), onde havia comprado vários produtos de maquiagem. Ele afirma que seu carro foi arrombado e as mercadorias, além das malas dele e da esposa, com quem viajava, foram roubadas.
A mulher de Áureo, Evelise Bastos disse que eles não foram ajudados por não serem de Goiânia. "Quando nós fomos roubados, falaram para a gente: 'te vira, vocês não são daqui'", revelou.
Prisão
O homem tem hematomas pelo corpo e diz que foi agredido pelos policiais. Por conta do problema, ele foi preso em flagrante e autuado pelos crimes de desacato, resistência à prisão, constrangimento ilegal e perturbação da tranquilidade. Se for condenado, Áureo pode pegar até cinco anos de prisão.
Ao ver o maquiador sendo levado para o 8º Distrito de Polícia da capital, algumas pessoas que testemunharam o caso também foram até a delegacia. O servidor público Rogério Almeida de Souza foi um deles. Ele argumentou que houve excesso na ação dos policiais.
"Eram muitos policiais, mais de dez. E do lado de fora, tinham mais de dez radiopatrulhas e um carro da Rotam [Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas]. O excesso é o que chamou mais atenção. Não tinha necessidade dessa quantidade de efetivo. A população sofre, não tem polícia para atender nós cidadãos e havia um grande excesso de veículos lá", descreve.
No entanto, para a Polícia Militar, que acabou se exaltando foi a vítima do furto. "Polícia Militar foi acionada para resolver uma situação de furto em veículo no estacionamento do Carrefour. Nossos policias orientaram como deveria ser feito todo o procedimento. Ele não aceitou e começou a destratar e xingar nossos policiais de outros impropérios. Houve então, além do desacato, a desobediência, de depois claro a resistência à prisão. Passou de vítima para autor do fato", pontuou o capitão Sandro Cardoso Botelho.
Depois de ser autuado, o maquiador foi transferido para a carceragem da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), em Goiânia. Ele só poderá ser solto após pagar uma fiança, que será calculada por um juiz de plantão.
Com os olhos marejados, Áureo disse que se arrependeu por ter perdido o controle, mas conta que se sentiu indignado por tudo que aconteceu. "Deveria ter mais mansidão, mas não consegui. Debochando da cara, fazendo descaso da gente porque sabia que a gente era de Belém. Aí aconteceu isso", lamentou.
Respostas
A assessoria da PM informou que o maquiador pode registrar o caso na corregedoria. A polícia vai instaurar procedimento para apurar se houve ou não abuso dos militares. Ainda de acordo com a assessoria, enquanto uma equipe atendia a confusão no supermercado, outra fazia uma ronda em busca dos suspeitos de arrombarem o carro do maquiador.
Já o Carrefour disse que prestou assistência ao cliente sobre como ele deveria proceder. A empresa disse que o estacionamento é monitorado por câmeras e seguranças, mas não respondeu se irá ressarcir o maquiador
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