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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Novo comandante quer que PM reduza confrontos e fique "amiga" da população

pmsdobrasil.com
O comandante-geral da PM, coronel Benedito Meira, diz que a onda de violência enfrentada por São Paulo nos últimos meses foi uma retaliação de criminosos contra a repressão policial.
Na opinião dele, os crimes patrimoniais, como os roubos, só se reduzirão com o estrangulamento do tráfico de drogas. Para ajudar nesse combate, a PM deverá transferir nos próximos anos 80% do seu efetivo para as ruas.
Uma de suas propostas para os próximos meses é ampliar a "atividade delegada" em São Paulo, que é uma parceria entre PM e prefeitura para combater o comércio ambulante nas ruas.

Folha - Qual é o seu planejamento para reduzir a letalidade da PM?

Benedito Roberto Meira - Tenho de trabalhar com os casos de confrontos. A partir do momento que a polícia consegue chegar com rapidez ao local onde foi solicitada, a possibilidade de haver o confronto é maior. Agora, nós gostamos e pretendemos sempre o resultado morte? Em hipótese alguma. Para reduzir essa letalidade tenho de aprimorar procedimentos. Se o policial adotar o procedimento apregoado, evita a morte e reduz a letalidade.

O que o sr. quer é botar na cabeça da tropa essa necessidade de reduzir a letalidade?
Queremos é que todo policial siga, rigorosamente, o procedimento operacional padrão. Diminuir o confronto, diminuir a letalidade. Se aquela pessoa deve à Justiça, deve cumprir pelo o que fez, e não ser morta.

Mais de cem PMs foram mortos em 2012. Como dar tranquilidade aos seus policiais?
Na verdade, isso foi uma ousadia do crime organizado. Não falo nem crime organizado, é o crime articulado.

Crime articulado?
Associo o crime organizado com máfia, quando se tem uma organização criminosa, quando se tem personalidades que estão envolvidas com o crime propriamente dito. É articulado porque você tem um grupo que está preso e outro grupo que está em liberdade. Esses dois grupos se articulam com o único objetivo: o lucro por meio da venda de drogas. Digo que a droga é a mola propulsora do crime.

Como assim?
O roubo está diretamente associado à venda de drogas. O roubo mais comum é o roubo ao transeunte e o objeto mais levado é o celular. Porque ele é uma moeda de troca para a droga. O principal protagonista desses crimes é o viciado.

Então, se reduzir o tráfico, os índices de roubo caem?
Consideravelmente, assim como boa parte dos homicídios.

E como resolver o problema da droga?
Aumentar a fiscalização nas fronteiras e divisas, melhorar o trabalho da inteligência, reduzir o tráfico no varejo e tratar viciados. Entro com o policiamento ostensivo e preventivo. Um dos objetivos é a recaptura de condenados.

Por que essa recaptura é tão importante?
Uma pessoa que está condenada pela Justiça e está livre não tem trabalho. Ela com certeza está contribuindo para a prática de crime.
Quantos condenados estão em liberdade?
Segundo estimativas que temos, são 200 mil mandados de prisão em aberto.

São quase dois mandados para cada policial em atividade.
Exatamente. Além disso, temos quase 190 mil pessoas nos presídios do Estado. Se cada PM prender dois hoje, o sistema estrangula.

Na sua gestão, a Rota vai combater o PCC?
Não. Se eu perceber a necessidade de um reforço [em qualquer área], vou designar a Rota. Ela não atua exclusivamente contra o PCC.

A que o sr. atribui essa onda de violência?
A crise foi em razão das mortes dos policiais (foram mais de cem). Estou há 32 anos na PM e nunca vivenciei um momento em que tivemos tantos policiais vítimas. Foi diagnosticado que houve uma articulação entre criminosos presos e os que estavam soltos em razão da ação efetiva da PM. As lideranças [dos criminosos], de forma abusiva, dizem que para cada prisão [de bandido] tem de matar dois policiais. É uma ousadia, uma petulância.

E essas mortes de PMs acabaram gerando um ciclo de crimes que resultou em outros assassinatos. Em alguns casos há a participação de PMs. Vocês identificaram algum grupo de extermínio?
Não há suspeita de grupos de extermínio. Tivemos a prisão de 13 PMs por irregularidades que resultaram em mortes. Num universo de quase 100 mil homens e mulheres, são poucos casos como esses. É lógico que macula nossa imagem, mas é importante punir para mostrar que não existe conivência.

Quando houve a troca de secretário da Segurança Pública, uma das informações era de que o novo secretário, Fernando Grella, deveria colocar a focinheira na PM. Devia controlar melhor os policiais. Ele lhe deu essa responsabilidade?
Eu? De jeito nenhum. Porque não precisa de focinheira. Quem usa focinheira é cachorro bravo. Não existe isso. Não somos cão raivoso.

Como vai ficar a atividade delegada em sua gestão?
Hoje, temos 3.600 policiais que atuam na atividade delegada na capital. Conversei com o prefeito Fernando Haddad e ele me disse que tem a intenção de ampliar a atividade delegada. O município hoje tem competência para fiscalizar algumas coisas, como comércio de ambulantes. Ele delegou essa atividade para a PM. A ideia do prefeito é remanejar para outros campos de atuação, como fiscalização de bares e similares, participar efetivamente da operação Psiu.

Como será feito?
Ainda vamos analisar. Uma coisa é certa, não dá para por muito mais policiais na atividade sob o risco de atrapalhar nossa atividade fim. Conseguimos chegar no máximo a 5.000 policiais.

Para onde foram os 40 PMs daquele grupo que foi extinto e era responsável por fazer escutas telefônicas na região de Presidente Prudente?
O grupo não foi extinto. Temos grupos de policiais militares que apoiam o Ministério Público. E não é só em Prudente, temos em outras regiões do Estado também.

Onde e quantos são?
Isso é uma questão de segurança e não posso informar, até para preservar a inteligência. Em Prudente existe? Sim, mas trabalhamos em apoio ao Gaeco. Essa investigação é salutar.
Sem inteligência fico perambulando pela rua. As interceptações têm ordem judicial.

O que quer deixar de marca de sua gestão?
Queria que as pessoas reconhecessem a PM como amiga, como aliada, e não como inimiga.

Ela é vista como inimiga?
Dependendo do enfoque que se dá em matérias ela induz o cidadão a não acreditar na polícia. Quando você é vítima de um crime, você coloca a PM no trono. Quando não, ela é pano de chão.

Como mudar?
Melhorando a gestão. Preciso colocar policiais na rua. Quando entrei na polícia havia um barbeiro dentro dos quartéis. Ele era policial. Com o tempo, foi extinta essa função. Esse policial foi pra rua.

Hoje são quantos PMs?
A PM tem 93 mil policiais. 40% desse total está na administração e 60% no operacional. O ideal é ser de 20% na administração e 80% na rua. Podemos criar uma nova função profissional, um não policial, um gestor.

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