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terça-feira, 27 de março de 2012

Guarda Municipal não tem condições de portar armas, diz PM

A Polícia Militar rompeu o convênio de cooperação técnica com o Município para o curso de tiro porque considerou que os Guardas Municipais (GM) não têm condições de portar armas. A afirmação foi feita ontem pelo coronel Altivir Cieslak, comandante do 2º Comando Regional da PM, e corroborada pelo atual comandante do 5º Batalhão (BPM), tenente-coronel Samir Geha. Geha foi dos instrutores cedidos pela PM para o curso de formação da Guarda, em 2010.
Cieslak, que estava no comando do 5º BPM quando o convênio foi rompido, disse que a decisão foi tomada por conta da “não conclusão” do curso de formatura. “Como a Secretaria de Defesa Social tinha pressa em nomear os guardas, houve uma interrupção do curso para a formatura do efetivo. Com isso, algumas disciplinas ficaram pelo meio ou nem chegaram a ser dadas. Os alunos não foram sequer avaliados”, afirmou.

Cieslak disse que só ficou sabendo dos fatos – ele assumiu o comando do 5º BPM em 2011 e o curso foi ministrado no ano anterior – quando se reuniu com os instrutores para o planejamento do curso de tiro. “Os oficiais e praças nos avisaram o que havia acontecido e consideramos que não seria adequado que a PM se responsabilizasse por algo pode vir a dar problemas”, disse.
Segundo o coronel, o Município quer agora apenas a prática de tiro. “Como vamos oferecer curso de tiro sendo que outras disciplinas que seriam pré-requisitos para a prática não foram dadas?”, questionou. Para ele, aprender a atirar é fácil, qualquer pessoa pode fazê-lo, basta ir a um estande. “Mas isso não significa que vai poder portar arma em serviço. É totalmente diferente. Existe todo um cabedal de conhecimentos em relação às questões intelectuais, técnicas e até psicológicas para saber se o sujeito tem condições. E a Guarda, hoje, não tem”, afirmou.
Segundo o tenente-coronel Geha, a PM aplica seus cursos de formação de modo que a pessoa saiba como lidar o problema do portão para fora. “Todas as matérias que ministramos são apresentadas de forma gradativa para, ao final do curso, dar o treinamento de tiro. Há todo um preparo até pôr a arma na mão da pessoa. E isso não aconteceu na Guarda Municipal”, disse. Segundo ele, matérias de suma importância, como abordagem e táticas de confronto armado, não foram ministradas. “A de abordagem, por exemplo, teve cinco aulas e acabou”, disse.
Segundo Geha, a responsabilidade da PM perante à sociedade é muito grande. “Não queremos ser culpados amanhã por algo falho. São bons meninos, mas não estão preparados. Não sei quem foi o culpado pelas falhas. Não nos cabe julgar. Mas não podemos ser coniventes”, afirmou.
Prefeito e secretário sabiam dos motivos
Segundo o coronel Cieslak, o secretário de Defesa Social, Jefferson Dias Chaves foi comunicado dos reais motivos da desistência da PM. Mesmo assim, no último final de semana, Chaves esteve em Curitiba para protocolar um pedido na Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) para que a Polícia Civil promova o curso de tiro.

Em entrevista ao JL, na segunda-feira, Chaves informou que o pedido seria encaminhado à Polícia Civil ainda naquele dia, mas que não havia previsão para uma definição. “Pedimos celeridade”, afirmou. As 75 pistolas calibre 380 e 10 revólveres calibre 38 ainda estão em Brasília, com a empresa vencedora da licitação e não há previsão para que sejam enviadas a Londrina. “Estão fazendo o trâmite burocrático de registro”, justificou o secretário.
Segundo o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Márcio Amaro, ainda não chegou nenhuma comunicação sobre o assunto. Segundo ele, quem ministra os cursos é a Escola da Polícia Civil. Mas, de acordo com ele, se isso acontecer, toda a grade curricular deverá ser avaliada antes.
A reportagem tentou falar com Chaves, ontem, durante toda a tarde, mas o secretário não estava na sede da Guarda Municipal e nem atendeu o celular.
Fonte: jornal de Londrina
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