Fotos mostram hematomas sofridos pela vítima, que tem problemas mentais.
Polícia Civil e Batalhão Estadual investigam a denúncia, em Marzagão.
Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
A Polícia Civil investiga o caso de um policial rodoviário estadual, suspeito de agredir Renato Leal, de 33 anos, que tem problemas mentais, em Marzagão, na região sul de Goiás. Segundo a família da vítima, o militar, fardado e armado, invadiu a casa do homem e o espancou, sem dar chance para que ele se defendesse.
“Encontrei ele [a vítima] no chão, caído entre a cômoda e a cama no quartinho dele, todo ensanguentado, tampado com um lençol. Aí me falaram que foi o policial. Nesse intervalo que saí no portão para pegar a moto para ir chamar a polícia, ele [policial] vinha de novo bravo, falando que ele [Renato] tinha furtado dele”, conta o irmão da vítima, Ralquírio Leal.
Renato foi socorrido e encaminhado ao hospital da cidade. Fotos tiradas na unidade de saúde mostram as agressões na vítima, ocorridas no dia 19 de abril. Com medo, o homem se mudou de Marzagão para a casa das irmãs em outra cidade.
Revoltada com a situação, a família registrou o caso na Polícia Civil. “A gente vai ver o que faz porque isso é covardia. Não vou parar, se ele me chutar vou levantar”, ressaltou Ralquírio Leal.De acordo com os familiares, o policial alegou que invadiu a casa de Renato porque ele roubou um notbook dele, mas o equipamento não foi localizado no local. O irmão nega que Renato tenha roubado algo.
O delegado Alexandre Câmara acredita que a investigação deve ser concluída em um mês. “Nós estamos ouvindo os familiares e já foi requisitado o exame de corpo de delito na vítima. Nós temos farto material, com fotos, inclusive das lesões sofridas pelo Renato, que tudo indica que tem problemas psicológicos”, informou o investigador.
Segundo a polícia, o crime pode se tratar de tortura. “Dentro desse inquérito policial, vamos tentar averiguar de que forma essas lesões foram praticadas porque pode desaguar em um crime mais grave, em um crime de tortura por parte do policial”, explicou o delegado.
A Polícia Rodoviária Estadual também apura a conduta do agente. “O encarregado tem 30 dias para fazer o levantamento, apurar, e ver de quem é a responsabilidade, se houve responsabilidade do policial ou não. Terminados os 30 dias, devolve [o levantamento] ao comandante que encaminha para a Corregedoria da Polícia Militar ou ao Ministério Público”, disse o comandante da PRE da região, capitão Margarido Ponciano.
