O guarda municipal foi encontrado com dois tiros na cabeça e queimado em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Ele trabalhava como mototaxista nas horas vagas
Guarda Municipal queimado em
ataque é enterrado na baixada (RJ)
O guarda municipal queimado na noite de terça-feira (5), em Nilópolis, na Baixada Fluminense, foi enterrado no cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita, também na baixada. A viúva estava inconsolável e pediu apoio
Primeiramente
gostaria de deixar meus votos de profundo pesar à família do GM Flávio Carlos
da Silva e a todos os companheiros da Guarda Municipal de Nilópolis.
Quantos de nós,
guardas municipais perderão suas vidas sem ter ao menos o direito de se
defender.
A hipocrisia de
muitos daqueles que defendem uma Lei que desarma o cidadão de bem, trabalhador,
cumpridor de seus deveres (Para eles é muito fácil defender o desarmamento da
população já que dispõem de seguranças particulares ou policiais legislativos,
armados, para sua proteção e de seus familiares, já que muitos desses defensores
são parlamentares) permitiu que o Estatuto do Desarmamento fosse aprovado,
mesmo não sendo essa a vontade da maioria do povo.
Não consigo entender
como um agente de segurança pública pode exercer suas funções nas ruas sem ter
como reagir a uma agressão contra si mesmo ou contra os cidadãos que circulam
por essas ruas, pois em muitos casos o emprego de armas de fogo pelos bandidos
requer uma reação à altura, ou seja, com emprego de arma de fogo, haja vista um
armamento não letal ser o suficiente já que não se revida munição real com
balas de borracha ou choque elétrico.
Em todos os
congressos, fóruns, seminários, encontros e outros eventos dos quais tive
oportunidade de participar, ouvi de vários especialistas e de autoridades que
as guardas municipais são a polícia do futuro, que tem bandidos para todo
mundo, que as guardas são órgãos de segurança pública e muito blá, blá blá, porém
as propostas e projetos que versam sobre a regulamentação da guarda municipal
permanecem há anos tramitando no Congresso Nacional em meio a um jogo de empurra,
jogo este que serve muitas vezes para que políticos demagogos recebam os votos
dos guardas municipais.
De minha parte (quero deixar claro que esta
é minha opinião e não espero que a mesma seja aceita por todos) acho que já
esperamos demais e que do modo como estamos hoje somos, em muitos municípios, verdadeiros
cordeiros pacificamente à espera do dia, da hora e do local onde seremos
sacrificados. Não vejo motivos para continuarmos tentando dar aos outros aquilo
que, em muitos casos, não temos nem para nós mesmos, pois não se pode dar segurança
a ninguém sem antes prover a sua própria segurança. Não é concebível diante da
realidade ora vivida, onde segurança é um dos itens mais solicitados pelo povo,
que um operador da lei trabalhe desarmado e também não possa, fora de seu horário
de trabalho, portar uma arma para sua defesa e de sua família.
Sei que portar
uma arma não é garantia de que o guarda ou qualquer outro agente de segurança estará
cem por cento protegido e que nada lhe acontecerá, porém ao portar uma arma
este agente, provavelmente, poderá ao menos se defender de ataques de
criminosos sejam estes em razão da sua função ou não. O que não podemos mais
assistir são guardas municipais sendo mortos sem poderem se defender por conta
da hipocrisia, da demagogia e da esperteza daqueles que têm o poder de mudar
essa situação.
Desculpem pelo
desabafo, mas é que está ficando cada dia mais difícil segurar a barra de ser
guarda municipal, profissão que com muito orgulho abracei há vinte e dois anos
atrás e que espero de todo meu coração ver regulamentada, valorizada e respeitada
como deve ser, pois todos nós guardas municipais merecemos ser tratados com
dignidade e respeito pelos serviços que prestamos diuturnamente aos cidadãos de
nossos municípios.
GM Valdecir _ Mangaratiba/RJ