Corpo de Ana Clara Cabral, de 19 anos, foi encontrado com marcas de tiro.
Namorado dela, um soldado da PM, é o principal suspeito do crime
Do G1 ES, com informações da TV Gazeta*
Amigos e familiares da jovem Ana Clara Félix Cabral, de 19 anos, encontrada morta na rodovia do Contorno, no Espírito Santo, no dia 5 de fevereiro, protestaram, na manhã deste domingo (22). Eles pediram por paz e pelo adiantamento do julgamento do soldado da Polícia Militar Itamar Rocha Lourenço, que era namorado da jovem. Ele é o principal suspeito do crime e está preso no Quartel de Maruípe.
Ana Clara Cabral foi vista viva pela última vez ao sair de uma reunião de família em companhia do namorado, na noite do dia 4 de fevereiro. O corpo da jovem foi encontrado no dia seguinte, em uma ribanceira que fica às margens da BR-101, na rodovia do Contorno. Ela usava a mesma roupa que vestia em uma foto, postada em uma rede social. Segundo a perícia da Polícia Civil, foram encontradas cinco marcas de tiros. Dois na cabeça e três nas costas da jovem.
O protesto deste domingo aconteceu em frente ao Quartel de Maruípe, onde Itamar está preso. No microfone, um dos manifestantes pediu por paz e por rapidez no processo que julga Itamar. “Estamos aqui de forma pacífica pedindo paz e proteção para as mulheres. Queremos pedir um adiantamento do processo para que Itamar seja julgado como réu, como civil normal, sem regalias”, disse
O protesto deste domingo aconteceu em frente ao Quartel de Maruípe, onde Itamar está preso. No microfone, um dos manifestantes pediu por paz e por rapidez no processo que julga Itamar. “Estamos aqui de forma pacífica pedindo paz e proteção para as mulheres. Queremos pedir um adiantamento do processo para que Itamar seja julgado como réu, como civil normal, sem regalias”, disse.
Durante o protesto, a mãe de Ana Clara, Ana Kátia Félix, disse que vai lutar para que Itamar seja condenado. “Eu vou lutar a té o fim para que ele seja incriminado. Ele convivia com a gente há dois anos e fez uma crueldade dessa com a minha filha, e ela sempre acreditou que ele nunca faria isso com ela. Ela dizia: “mãe, ele não tem coragem de matar uma mosca”. Ele não é doido, está se fingindo de doido mas não é. Ele é pessoa normal, que provavelmente se drogou demais, bebeu e cometeu esse crime. Ele vai pagar por tudo isso. Eu vou lutar para que ele seja condenado”, desabafou.
A família quer a expusão do policial militar da corporação. “Para que esse caso não caia no esquecimento e também para pedir um adiantamento administrativo da expulsão dele da corporação. E para que isso não repita, porque todos os dias vemos meninas e mulheres sendo mortas de forma banal”, disse a mãe.
Investigações
O delegado José Lopes explicou que Itamar foi contraditório no início das investigações. A princípio, o crime seria conduzido pela Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. A Polícia Civil disse que um boletim de ocorrência online informava que o casal tinha sofrido um sequestro.
A ocorrência dizia que o casal estava saindo de um motel, em Cariacica, quando foi abordado por bandidos. Informou ainda que Itamar conseguiu escapar, mas os criminosos fugiram com o carro e Ana Clara.
O carro do soldado foi encontrado em Nova Rosa da Penha com marca de tiro, manchas de sangue e fios de cabelo loiro.
O delegado José Lopes disse que após pedir exames de pólvora nas mãos e de DNA nas unhas, Itamar ficou muito nervoso e não colaborou mais com declarações. Ainda de acordo com o delegado, um amigo do militar, que trabalha no Grupo de Operação Táticas (GOT), disse à polícia que recebeu uma ligação de Itamar dizendo que ele tinha feito uma besteira e contou onde estava o corpo da jovem.
Os policiais foram ao local indicado e encontraram o corpo de Ana Clara. A arma utilizada no crime não foi localizada e Itamar não mostrou à polícia a camisa que usava no dia 4 de fevereiro.