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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Barra Mansa RJ / Prefeitura apreende oito ônibus em situação irregular



Grevistas se concentraram próximo ao local da fiscalização para acompanhar operação

BARRA MANSA
Fogos e gritos de guerra levam a pensar que se está diante de um jogo de futebol, mas, o grupo de grevistas que fazia barulho acompanhando a fiscalização da prefeitura, no início da tarde de hoje, não estava buscando lazer. Eles denunciavam a condução dos ônibus da Viação São João Batista por fiscais, manobreiros e cobradores, que não seriam devidamente habilitados.
A denúncia chegou ao Poder Público em uma reunião realizada no gabinete do prefeito Jonas Marins, no final da manhã. No encontro, ficou acertado que a Ordem Pública intensificaria a fiscalização, o que resultou na operação realizada pela Guarda Municipal (GM), na saída da Ponte Nilo Peçanha, no bairro Ano Bom. A cada ônibus encaminhado ao Parque da Cidade, manifestantes vibravam, soltando rojões e com gritos de guerra.
Segundo o comandante da Guarda Municipal, Mílson Brandão André, o objetivo da fiscalização foi apurar a denúncia de que os ônibus da São João Batista estavam sendo conduzidos por pessoas não habilitadas. “Estamos conferindo a carteira de habilitação da categoria D, o documento do ônibus, e a resolução 168”, explicou, referindo-se ao documento que atesta a conclusão do curso do Sest-Senat que autoriza o participante a transportar passageiros.
No total, oito veículos foram apreendidos e levados para o Parque da Cidade. Conforme informado pela prefeitura, todos estavam com os pneus em péssimo estado de conservação. Três motoristas foram multados por não terem a carteira da Resolução 168, e um veículo foi multado por não estar com a documentação em dia. A empresa foi notificada a trocar os pneus imediatamente para evitar problemas na circulação dos ônibus hoje.
Os grevistas que acompanharam a fiscalização – motoristas, cobradores e fiscais – destacaram que a principal reivindicação dos funcionários é o pagamento do Fundo de Garantia (FGTS) e o repasse da contribuição previdenciária ao INSS. “Além disso, pensamos na segurança dos passageiros e na nossa própria. Os ônibus não têm condição de trafegar. Tem pneus carecas, não tem extintor, estão sem documento. A gente corre risco”, disse um motorista que não quis se identificar.
Conforme informado pela prefeitura, os grevistas querem que a empresa pague em seis meses todo o FGTS atrasado e que, caso a São João Batista não cumpra esse compromisso, que o SindPass, que é o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros, assuma a dívida. “A gente só vai aceitar acordo se o Sindicato avalizar”, disse a cobradora Noemi Vasconcelo Brito.
Na reunião, realizada hoje de manhã, o prefeito teria se comprometido a ajudar nas negociações. “O movimento é legítimo, inclusive o pedido de que o SindPass, que é o sindicato patronal, avalize”, comentou Jonas.
Muitos passageiros ocupavam os ônibus rebocados. Alguns foram destinados a veículos em situação regular e outros concluíram seu trajeto no veículo apreendido, que seguiu para o Parque da Cidade após cumprir o percurso.
“Semana passada, dois pneus estouraram com a gente. Isso está certo, tem que acontecer. É a vida da gente, do trabalhador, que está em risco. E essa empresa realmente deixa a desejar. Se não fizer isso, a gente fica na mão deles. Os empresários fazem o que querem no país”, comentou o encarregado de mecânico, Carlos Alberto de Lima, de 42 anos, que precisou deixar o ônibus e seguir a pé.
Licitação
A prefeitura de Barra Mansa informou que aguarda uma sentença judicial para dar início ao processo de licitação de todas as linhas de transporte público do município. Apenas a Viação São João Batista detém a concessão há 58 anos, e o que o governo quer é a revogação do contrato.
A possibilidade de a empresa recorrer da sentença judicial em instância superior pode postergar essa licitação para além do primeiro mandato de Jonas Marins.
Greve
Anunciada na sexta-feira pelo Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário, a greve dos funcionários da Viação São João Batista teve, até o início da operação, a adesão de 50% do pessoal, segundo o presidente da entidade, Raimundo José Filho. “Agora, todos vão aderir, porque os carros estão sendo recolhidos”, comentou o sindicalista.
À meia noite, um grupo de grevistas se posicionou diante da empresa aguardando a saída dos carros, que se iniciou por volta das três da madrugada. Segundo o presidente, sem motoristas, a empresa escalou funcionários em outras funções para conduzir os ônibus.
Negociação não avança
No início da noite de hoje, o A VOZ DA CIDADE conversou com o empresário Alexandre Cambraia, proprietário da Viação São João Batista, sobre a segunda reunião, realizada no final da tarde, com o sindicato e o prefeito Jonas Marins. Segundo Cambraia, não houve consenso.
“O advogado do sindicato não aceita nenhuma proposta da empresa, não quer dar prazo, quer sempre algo a mais. Mesmo com o diálogo intermediado pelo prefeito, não houve consenso. Eles colocam tanta dificuldade que a empresa não consegue cumprir”, disse.
De acordo com o empresário, a empresa propôs que os débitos com FGTS e INSS fossem pagos em seis meses e que, nos próximos meses, fossem depositados em dia. “Nós tentaríamos um empréstimo com a Caixa Econômica para pagar o atrasado e começaríamos a fazer o recolhimento mensalmente daqui pra frente. O sindicato quer o recolhimento a curto prazo, com multa de 20%”, explicou.
Sobre a operação da Guarda Municipal, Cambraia afirmou que houve excesso por parte do Poder Público. “A Guarda agiu excessivamente. Querendo ajudar os trabalhadores, o prefeito fez essa operação para pressionar uma negociação, mas, não surtiu efeito”, comentou.
O empresário afirmou, ainda, que todos os funcionários que conduziram os ônibus estavam devidamente habilitados. “Eles estão em fase de conclusão do curso. Alguns até já concluíram. A prefeitura entendeu que os motoristas precisam ter a resolução 168, mas, o Detran mesmo entende que quem tem carteira da categoria D está apto para dirigir ônibus”, ponderou.
Segundo o empresário, a empresa vai tentar corrigir as falhas apontadas pela fiscalização para que os ônibus possam estar trafegando normalmente amanhã.
Fonte:
http://www.avozdacidade.com

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